Epifania
24/11/2008, 18:30
Epifania
Ele via sinceridade em cada gesto ali dentro, cada sorriso, cada demonstração...mas não sentia o mesmo quando ultrapassavam as barreiras da sanidade.
A verdade é que nunca houve verdade em momento algum.
Em cada nuvem, cada fumaça da fábrica, mais mentiras existiam.
Ela esfregava os olhos com a palma da mão, enquanto ele acariciava seu cabelo. Não por amor, carinho, ou qualquer sentimento de afeição, mas por educação e compaixão.
Compaixão pelos anos de dedicação um ao outro; no fim ele sabia que não existiam culpados...só um amontoado de balbucias sem sentido nos últimos meses.
Meses em que não existia mais o beijo, nem o toque...em que os olhares se cruzavam apressados pela casa. Meses de manter o que não existia mais.
Nada existia mais.
Talvez o vazio no peito por se olharem sorrateiramente no meio da noite, com os olhos semi-abertos, vezenquando uma lágrima escorrendo-lhe a face.
Nenhuma lágrima existia a fim de salvar o que eles haviam prometido um ao outro, não era desespero.
É que não havia motivos para brigas, para gritos...Então eles choravam pela impotência de não serem mais nada um pro outro e não poderem fazer algo que pudesse mudar. Não tinham fôlego, por mais jovens que fossem.
Não se tratava de um casal que nutriu uma vida inteira juntos e agora estavam em sua velhice, olhando um para o outro com aquele sentimento de amor fraternal...eles só não queriam mais.
Não conseguiam mais enfrentar o mundo juntos. Não viam mais as nuvens da cidade com os mesmo semblantes.
Enquanto um gostaria de descobrir coisas novas, o outro se acomodava em seu próprio inferno particular...e não dividia.
Naquela cena quase deplorável, em que ele tentava afagar-lhe as mágoas, ela no fundo sabia que não existia amor nenhum da parte dele...e chorou por saber que nem dela.
Ele via sinceridade em cada gesto ali dentro, cada sorriso, cada demonstração...mas não sentia o mesmo quando ultrapassavam as barreiras da sanidade.
A verdade é que nunca houve verdade em momento algum.
Em cada nuvem, cada fumaça da fábrica, mais mentiras existiam.
Ela esfregava os olhos com a palma da mão, enquanto ele acariciava seu cabelo. Não por amor, carinho, ou qualquer sentimento de afeição, mas por educação e compaixão.
Compaixão pelos anos de dedicação um ao outro; no fim ele sabia que não existiam culpados...só um amontoado de balbucias sem sentido nos últimos meses.
Meses em que não existia mais o beijo, nem o toque...em que os olhares se cruzavam apressados pela casa. Meses de manter o que não existia mais.
Nada existia mais.
Talvez o vazio no peito por se olharem sorrateiramente no meio da noite, com os olhos semi-abertos, vezenquando uma lágrima escorrendo-lhe a face.
Nenhuma lágrima existia a fim de salvar o que eles haviam prometido um ao outro, não era desespero.
É que não havia motivos para brigas, para gritos...Então eles choravam pela impotência de não serem mais nada um pro outro e não poderem fazer algo que pudesse mudar. Não tinham fôlego, por mais jovens que fossem.
Não se tratava de um casal que nutriu uma vida inteira juntos e agora estavam em sua velhice, olhando um para o outro com aquele sentimento de amor fraternal...eles só não queriam mais.
Não conseguiam mais enfrentar o mundo juntos. Não viam mais as nuvens da cidade com os mesmo semblantes.
Enquanto um gostaria de descobrir coisas novas, o outro se acomodava em seu próprio inferno particular...e não dividia.
Naquela cena quase deplorável, em que ele tentava afagar-lhe as mágoas, ela no fundo sabia que não existia amor nenhum da parte dele...e chorou por saber que nem dela.
- Lucas BattousaiPromissor
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Re: Epifania
24/11/2008, 18:35
Ja tinha lido xD
Queria escrever assim,
parabéns luna ótimo texto \o
Queria escrever assim,
parabéns luna ótimo texto \o
- BioEsforçado
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Re: Epifania
25/11/2008, 11:11
Intenso, como quase todos os seus textos.
Talvez falte um pouco de técnica na utilização das alegorias, mas só vem com a prática, mesmo.
Ele via sinceridade em cada gesto ali dentro, cada sorriso, cada demonstração...mas não sentia o mesmo quando ultrapassavam as Ela esfregava os olhos com a palma da mão, enquanto ele acariciava seu cabelo. Não por amor, carinho, ou qualquer sentimento de afeição, mas por educação e compaixão.
barreiras da insanidade.
Não saquei bem o sentido da frase. E acho que, no caso, seriam 'barreiras da sanidade', não?
Ela esfregava os olhos com a palma da mão, enquanto ele acariciava seu cabelo. Não por amor, carinho, ou qualquer sentimento de afeição, mas por educação e compaixão.
Aí também, acho que compaixão caracteriza afeto...
No mais, muito bom texto!
Talvez falte um pouco de técnica na utilização das alegorias, mas só vem com a prática, mesmo.
Ele via sinceridade em cada gesto ali dentro, cada sorriso, cada demonstração...mas não sentia o mesmo quando ultrapassavam as Ela esfregava os olhos com a palma da mão, enquanto ele acariciava seu cabelo. Não por amor, carinho, ou qualquer sentimento de afeição, mas por educação e compaixão.
barreiras da insanidade.
Não saquei bem o sentido da frase. E acho que, no caso, seriam 'barreiras da sanidade', não?
Ela esfregava os olhos com a palma da mão, enquanto ele acariciava seu cabelo. Não por amor, carinho, ou qualquer sentimento de afeição, mas por educação e compaixão.
Aí também, acho que compaixão caracteriza afeto...
No mais, muito bom texto!
Re: Epifania
25/11/2008, 15:20
Oh yeah, é sim Bio, eu só escrevi errado aí mesmo x.X
Tá editado.
E a segunda parte, é por que pra mim, "pena" no sentido que eu expressei no texto, não é um sentimento bom =)
Tá editado.
E a segunda parte, é por que pra mim, "pena" no sentido que eu expressei no texto, não é um sentimento bom =)
- PeorthIniciante
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Re: Epifania
1/12/2008, 00:02
Muito bom! O pessoal aqui é talentoso \o/
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