Casamento gay
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- FbaPromissor
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Casamento gay
5/5/2013, 04:38
É uma PALHAÇADA essa historia de casamento gay!Sou totalmente contra!
Agora digo porque:
Agora digo porque:
Re: Casamento gay
24/6/2013, 19:13
Eu acho que casamento deveria ser entre quaisquer duas pessoas não-menores de idade que se amem .. xP
- the_kiraPromissor
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Re: Casamento gay
25/6/2013, 00:06
concordo com o jungon '-'
- SakuragomeAdministrador
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Re: Casamento gay
12/1/2014, 18:46
ahuahuahuahuahuahauhauhua Gente xD Que chantagem essa do vídeo rsrsrsrs
Bah! Eu não me importo com casamentos gays '-' Se as pessoas se amam e querem ficar juntas para sempre deixem elas se casarem -__-' Ninguém tem nada a ver com isso -.-"
Bah! Eu não me importo com casamentos gays '-' Se as pessoas se amam e querem ficar juntas para sempre deixem elas se casarem -__-' Ninguém tem nada a ver com isso -.-"
- Tai ChiIniciante
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Re: Casamento gay
13/1/2014, 00:43
Gostei do vídeo e das lesbicas. A partir de hoje serei contra o casamento gay.
- dattebayoMédio
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Re: Casamento gay
13/1/2014, 05:06
Jungon escreveu:Eu acho que casamento deveria ser entre quaisquer duas pessoas não-menores de idade que se amem .. xP
Sakuragome escreveu:ahuahuahuahuahuahauhauhua Gente xD Que chantagem essa do vídeo rsrsrsrs
Bah! Eu não me importo com casamentos gays '-' Se as pessoas se amam e querem ficar juntas para sempre deixem elas se casarem -__-' Ninguém tem nada a ver com isso -.-"
exatamente. hoje em dia até existe estudos cientificos que provam que o homem gay ou a mulher gay não tem culpa de nascer gay ! pois o homem gay nasce com um cerébro de mulher e um corpo de homem , mas hoje em dia mulher realmente gay é coisa rara! geralmente são bissexuais
Re: Casamento gay
13/1/2014, 16:38
Também tenho percebido que tem cada vez menos lésbicas e cada vez mais bissexuais... será que são só gurias que tiveram uma fase? xPdatte-san escreveu:Jungon (sou eu) escreveu:Eu acho que casamento deveria ser entre quaisquer duas pessoas não-menores de idade que se amem .. xPexatamente. hoje em dia até existe estudos cientificos que provam que o homem gay ou a mulher gay não tem culpa de nascer gay ! pois o homem gay nasce com um cerébro de mulher e um corpo de homem , mas hoje em dia mulher realmente gay é coisa rara! geralmente são bissexuaisSakurarroz escreveu:ahuahuahuahuahuahauhauhua Gente xD Que chantagem essa do vídeo rsrsrsrs
Bah! Eu não me importo com casamentos gays '-' Se as pessoas se amam e querem ficar juntas para sempre deixem elas se casarem -__-' Ninguém tem nada a ver com isso -.-"
De forma crua eu acho que guria é um fruto que todos homens e mulheres tem que provar xP mas claro, fruto é ser vivo e merece que tenha todo o respeito ^^
- dattebayoMédio
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Re: Casamento gay
14/1/2014, 04:53
Poisé Jungon A teoria é, que muitos anos atrás enquanto nossos cerébros ainda se desenvolviam as mulheres ficavam na caverna cuidando das crianças e desenvolvendo suas relações sociais umas com as outras, e os homem usando a maioria de seu tempo caçando e conseguindo comida para tribo, assim as mulheres se conectaram tanto socialmente que se tornaram bissexuais
- JujucristineMédio
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Re: Casamento gay
20/1/2014, 17:44
Eu concordo. E como se casamento no cartório não bastasse, ainda querem casar na igreja... Se querem ser gays e viver juntos e se amar, que façam isso à vontade, mas não incomodem os outros com isso ou fiquem querendo ter "direitos de casal", porque eles não são como os casais normais.
Os gays mais sérios você muitas vezes nunca nem sabe que é gay, porque sabe ficar quieto no canto dele ao invés de sair gritando "direitos dos gays" por aí.
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- AgáEsforçado
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Re: Casamento gay
21/1/2014, 11:33
Vi no curso de psicologia, vou explicar meio por cima como funciona o cérebro de uma pessoa homossexual.
Dentro do cérebro de todo mundo, existe o hipocampo, que entre outras funções é responsável por nossas emoções (numa explicação bem pobre sobre ele), e dentro do hipocampo existem dois pontinhos que definem a sexualidade da pessoa, um é para a identidade de gênero e o outro sobre o que atrai a pessoa.
Quando o campo é grande, isso significa homem, quando o campo é pequeno, significa mulher, vou dar um exemplo pra ficar mais claro:
1 - Biológicamente (corpo) um homem, campo um grande, campo dois pequeno = Corpo de homem, se sente homem, gosta de mulher
2 - Biológicamente uma mulher, campo um pequeno, campo dois grande = corpo de mulher, se sente mulher, gosta de homem
3 - Biológicamente uma mulher, campo um pequeno, campo dois pequeno = corpo de mulher, se sente mulher, gosta de mulher (homossexualidade)
4 - Biológicamente um homem, campo um pequeno, campo dois pequeno = Corpo de homem, se sente mulher, gosta de mulher (transgenero, pessoa que provavelmente vai fazer operação de mudança de sexo, mas continua com pessoas do sexo oposto)
5 - Biológicamente uma mulher, campo um grande, campo dois pequeno = Corpo de mulher, se sente homem, mas gosta de mulher (transexual, pode vir a mudar o corpo, mas continua gostando de pessoas do mesmo sexo)
Isso explica todas as possibilidades de definição de gênero, já a causa ainda não é bem definida, mas acredita-se que seja por questões de falta de hormônios (ou excesso) na mãe durante a formação do feto.
Se a pessoa recebe uma carga pequena, ou nula de hormônios (seja masculino ou feminino) ela pode vir a se tornar assexuada, não tendo interesse por nenhum dos dois sexos e nem se sentindo homem ou mulher.
Quanto ao casamento gay, sou neutro, acredito que não tenho mérito pra julgar, não sou gay e não me casarei com um gay, o resto do mundo é livre pra fazer o que bem entender =)
Dentro do cérebro de todo mundo, existe o hipocampo, que entre outras funções é responsável por nossas emoções (numa explicação bem pobre sobre ele), e dentro do hipocampo existem dois pontinhos que definem a sexualidade da pessoa, um é para a identidade de gênero e o outro sobre o que atrai a pessoa.
Quando o campo é grande, isso significa homem, quando o campo é pequeno, significa mulher, vou dar um exemplo pra ficar mais claro:
1 - Biológicamente (corpo) um homem, campo um grande, campo dois pequeno = Corpo de homem, se sente homem, gosta de mulher
2 - Biológicamente uma mulher, campo um pequeno, campo dois grande = corpo de mulher, se sente mulher, gosta de homem
3 - Biológicamente uma mulher, campo um pequeno, campo dois pequeno = corpo de mulher, se sente mulher, gosta de mulher (homossexualidade)
4 - Biológicamente um homem, campo um pequeno, campo dois pequeno = Corpo de homem, se sente mulher, gosta de mulher (transgenero, pessoa que provavelmente vai fazer operação de mudança de sexo, mas continua com pessoas do sexo oposto)
5 - Biológicamente uma mulher, campo um grande, campo dois pequeno = Corpo de mulher, se sente homem, mas gosta de mulher (transexual, pode vir a mudar o corpo, mas continua gostando de pessoas do mesmo sexo)
Isso explica todas as possibilidades de definição de gênero, já a causa ainda não é bem definida, mas acredita-se que seja por questões de falta de hormônios (ou excesso) na mãe durante a formação do feto.
Se a pessoa recebe uma carga pequena, ou nula de hormônios (seja masculino ou feminino) ela pode vir a se tornar assexuada, não tendo interesse por nenhum dos dois sexos e nem se sentindo homem ou mulher.
Quanto ao casamento gay, sou neutro, acredito que não tenho mérito pra julgar, não sou gay e não me casarei com um gay, o resto do mundo é livre pra fazer o que bem entender =)
- JujucristineMédio
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Re: Casamento gay
21/1/2014, 11:38
Que são livres pra fazer o que quiserem eu concordo, e apesar de achar feio se tem gente que gosta disso, que gostem, não é algo que vou me meter. Gays até chegam a ter similaridades de funções com cérebros femininos também. Sejam gays a vontade, que morem juntos como casados à vontade, mas querer jogar isso pra cima do resto da população sim que é uma puta palhaçada. Igual esses outros movimentos por aí "direitos da mulheres", "direitos gays", "direitos negros", "direito de qualquercoisa". Isso só serve pra causar mais problemas e discriminação ainda, eles não querem direitos iguais, eles querem mais direitos que os outros, privilégios. Se quisessem igualdade de verdade estariam todos juntos em "direitos humanos" isso sim.
- shinsuke_takasugiIniciante
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Re: Casamento gay
22/1/2014, 15:20
Sakuragome escreveu:ahuahuahuahuahuahauhauhua Gente xD Que chantagem essa do vídeo rsrsrsrs
Bah! Eu não me importo com casamentos gays '-' Se as pessoas se amam e querem ficar juntas para sempre deixem elas se casarem -__-' Ninguém tem nada a ver com isso -.-"
Tem duas coisas nesse tema que geralmente não são abordadas pelas pessoas:
1 - Com o casamento gay vem o divórcio gay
o que leva ao segundo ponto:
2 - Será que as pessoas estão lutanto por direitos ou por dinheiros?
Parafraseando um comediante:
"os gays querem casar e adotar crianças, afinal eles tem o direito de ser tão miseráveis quanto os outros, porque eles devem continuar só com a parte boa?"
- AgáEsforçado
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Re: Casamento gay
23/1/2014, 09:27
Cara, esse é um argumento que não faz todo sentido, assim como um casamento visto como ''normal" as pessoas se separam, mas na maior parte continuam casados, por que todos os gays ao casarem iriam querer se separar?
E quanto ao dinheiro, existem varias modalidades de casamento, as que as pessoas dividem tudo no caso de divorcio, outro em que só dividem os bens adquiridos depois do casamento, e outro que cada um fica com o que é seu e pronto.
Fora que o dinheiro que eles recebem com isso, é o deles mesmos, não tiram nada de ninguém de fora do casamento. Não muda nada a situação financeira do pais.
E quanto ao dinheiro, existem varias modalidades de casamento, as que as pessoas dividem tudo no caso de divorcio, outro em que só dividem os bens adquiridos depois do casamento, e outro que cada um fica com o que é seu e pronto.
Fora que o dinheiro que eles recebem com isso, é o deles mesmos, não tiram nada de ninguém de fora do casamento. Não muda nada a situação financeira do pais.
- shuntMédio
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Re: Casamento gay
23/1/2014, 09:43
Agá escreveu:Cara, esse é um argumento que não faz todo sentido, assim como um casamento visto como ''normal" as pessoas se separam, mas na maior parte continuam casados, por que todos os gays ao casarem iriam querer se separar?
E quanto ao dinheiro, existem varias modalidades de casamento, as que as pessoas dividem tudo no caso de divorcio, outro em que só dividem os bens adquiridos depois do casamento, e outro que cada um fica com o que é seu e pronto.
Fora que o dinheiro que eles recebem com isso, é o deles mesmos, não tiram nada de ninguém de fora do casamento. Não muda nada a situação financeira do pais.
Concordo com tudo o que você disse menos na parte que não altera a situação financeira do país:
Por 3 motivos:
1 - Turismo gay - Muita gente vai casar na argentina porque casamento gay lá é permitido. Do mesmo jeito que brasileiros heteros até hoje casam lá e no Uruguai pelo fato da poligamia ser ilegal no país.
2 - Indústria interna - A industria relativa a casamentos iria sofrer um boom interno.
3 - O fato de obter direitos iguais e poder adotar crianças em lares tenderia a reduzir a concentração de renda a longo prazo o que afetaria a economia do país. (E deixaria instituições que dependem de caridade numa situação bem diferente.) (Alô igreja)
- AgáEsforçado
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Re: Casamento gay
23/1/2014, 09:50
Shunt, quanddo falei não muda a situação financeiramente do pais, não estava falando exatamente do casamento gay em si, mas sim do dinheiro envolvido no divórcio.
Mas sim, nesses pontos que expôs concordo totalmente contigo.
Mas sim, nesses pontos que expôs concordo totalmente contigo.
- shuntMédio
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Re: Casamento gay
23/1/2014, 10:25
Agá escreveu:Shunt, quanddo falei não muda a situação financeiramente do pais, não estava falando exatamente do casamento gay em si, mas sim do dinheiro envolvido no divórcio.
Mas sim, nesses pontos que expôs concordo totalmente contigo.
Pode não mudar o panorama geral da economia mas dois grandes grupos podem ganhar nessa situação também:
1 - Advogados e/ou despachantes que cuidam da papelada.
2 - Separar significa que a pessoa pode casar novamente, ou seja potencializa novamente a indústria do casamento.
E tem mais uma coisa que não levei em conta.
Se tomarmos por hipótese que 10% da população é homossexual o quanto será que isso aumentaria na demanda dos cartórios e repartições públicas que cuidam de casamentos e divórcios?
- AgáEsforçado
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Re: Casamento gay
23/1/2014, 10:28
Mas ainda assim, essas mudanças não seria positivas para o pais? Por que tipo, tudo isso é mais dinheiro circulando.
- shuntMédio
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Re: Casamento gay
23/1/2014, 10:35
Agá escreveu:Mas ainda assim, essas mudanças não seria positivas para o pais? Por que tipo, tudo isso é mais dinheiro circulando.
Depende. Tudo em economia é confuso. Se tiver dinheiro demais na praça causa inflação, mas distribuição de renda é tido com bom por muitos economistas.
Não há nenhum consenso entre a maioria dos economistas sobre os principais assuntos da economia o que leva a muitos críticos das ciências exatas a não levarem a sério as previsões de economistas.
- AgáEsforçado
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Re: Casamento gay
23/1/2014, 10:47
Hummmm, não manjo nada de economia =(
- shuntMédio
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Re: Casamento gay
23/1/2014, 10:56
Agá escreveu:Hummmm, não manjo nada de economia =(
Não se preocupe, aparentemente o ministro da fazenda também não.
@topic: não sou contra nem a favor. Não tenho dados suficientes para análise XD
- AgáEsforçado
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Re: Casamento gay
23/1/2014, 11:01
Eu acho que as pessoas estão se ligando demais em uma característica só, o fato de a pessoa ser gay parece ser mais importante que todo o resto, gente boa e ruim não é exclusividade de nenhuma raça, cor ou religião, por que seria algo exclusivo de uma orientação sexual?
Tipo, deixam de lado se a pessoa é boa ou má, se é trabalhadora ou preguiçosa, se é de direita ou de esquerda, se acha que é pavê ou pacomê, pra definir toda a existência daquela pessoa como "uma bicha".
Tipo, deixam de lado se a pessoa é boa ou má, se é trabalhadora ou preguiçosa, se é de direita ou de esquerda, se acha que é pavê ou pacomê, pra definir toda a existência daquela pessoa como "uma bicha".
- ShinobuMédio
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Re: Casamento gay
23/1/2014, 13:13
Ai, que discussão polêmica. rs
Tenho amigos e colegas homossexuais. Conheci vários outros através do meu namorado. Eu os respeito como pessoas, como seres humanos que são como eu, mas não sou obrigada a concordar com eles. Da mesma forma que alguns deles, atleticanos, não concordam (e brigam, e realmente acham ofensivo) com o fato de eu ser Cruzeirense e entender de futebol, eu não concordo com a prática homossexual. Quero dizer que as nossas escolhas sempre vão confrontar as escolhas de outro alguém. Queria que os homossexuais e heterossexuais aprendessem isso de uma vez por todas.
Alguns ou vários dos meus colegas homossexuais entendem a minha posição e simplesmente não conversamos a respeito. Ou, se conversamos, já sabemos da posição um do outro e nos respeitamos. É claro que nos posicionamos a favor do que acreditamos, mas entendemos que "querer que o outro pense igual a gente", não é poder. Saímos, conversamos, brincamos, nos divertimos e temos papos "sérios". Mas sem infringir o direito do outro de pensar, acreditar e defender o que bem entender.
Tenho amigos e colegas homossexuais. Conheci vários outros através do meu namorado. Eu os respeito como pessoas, como seres humanos que são como eu, mas não sou obrigada a concordar com eles. Da mesma forma que alguns deles, atleticanos, não concordam (e brigam, e realmente acham ofensivo) com o fato de eu ser Cruzeirense e entender de futebol, eu não concordo com a prática homossexual. Quero dizer que as nossas escolhas sempre vão confrontar as escolhas de outro alguém. Queria que os homossexuais e heterossexuais aprendessem isso de uma vez por todas.
Alguns ou vários dos meus colegas homossexuais entendem a minha posição e simplesmente não conversamos a respeito. Ou, se conversamos, já sabemos da posição um do outro e nos respeitamos. É claro que nos posicionamos a favor do que acreditamos, mas entendemos que "querer que o outro pense igual a gente", não é poder. Saímos, conversamos, brincamos, nos divertimos e temos papos "sérios". Mas sem infringir o direito do outro de pensar, acreditar e defender o que bem entender.
- JujucristineMédio
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Re: Casamento gay
26/1/2014, 00:15
Verdade, mas isso torna o caso um pouco irônico, porque os próprios gays estão fazendo isso, ao invés de simplesmente tratar a homossexualidade deles como algo que fica só na cama deles, tratam como "um estilo de vida" ou "o que eles são", e afins. Pelo menos a parte mais "ativa" deles e desse movimento. Fazem de tudo pra sair por aí mostrando que eles são gays e etc, e tratam isso como se fosse a única coisa que definisse eles...Agá escreveu:Eu acho que as pessoas estão se ligando demais em uma característica só, o fato de a pessoa ser gay parece ser mais importante que todo o resto, gente boa e ruim não é exclusividade de nenhuma raça, cor ou religião, por que seria algo exclusivo de uma orientação sexual?
Tipo, deixam de lado se a pessoa é boa ou má, se é trabalhadora ou preguiçosa, se é de direita ou de esquerda, se acha que é pavê ou pacomê, pra definir toda a existência daquela pessoa como "uma bicha".
- AgáEsforçado
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Re: Casamento gay
27/1/2014, 08:50
Os gays ou a midia? Por que tirando os que aparecem na tv conheço poucos homossexuais que defendem a causa com preconceito, arrogância ou superioridade.
- JujucristineMédio
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Re: Casamento gay
27/1/2014, 09:03
Ambos, mas mais os gays mais "ativos" nesse movimento, e os que defendem ele sem saber melhor do que se trata. Tem muito gay que você nunca saberia que é se ele não te dissesse, no máximo desconfiaria, nada contra esses.Agá escreveu:Os gays ou a midia? Por que tirando os que aparecem na tv conheço poucos homossexuais que defendem a causa com preconceito, arrogância ou superioridade.
Por exemplo, casos de gays andando pelados em cidade pra "protestar" mesmo na frente de crianças, ou querendo "direitos" de entrar no banheiro feminino e ameaçando processar um dono de restaurante por não deixar, coisas desse tipo... Se você já desconfia nos primeiros momentos que uma pessoa é gay, ele está transformando seu fetiche sexual numa identidade, e pra mim isso é o errado. Imagina se todo mundo saisse fazendo isso com seus fetiches por aí, e ainda saisse pedindo direitos em cima deles, zoófilos querendo "direitos" de se casar com seus animais e qualquer outra coisa medonha que venha disso. Não é nada diferente do que os gays estão fazendo.
E eu nem sei se a mídia "mainstream" falou desses casos que eu citei acima e uns outros similares na verdade, ainda mais que sempre passam uma imagem distorcida dos acontecimentos quando falam de algo, ou simplesmente escondem.
- AgáEsforçado
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Re: Casamento gay
27/1/2014, 11:15
Vamos por partes:
1 - "Por exemplo, casos de gays andando pelados em cidade pra "protestar" mesmo na frente de crianças, ou querendo "direitos" de entrar no banheiro feminino..."
Se for parar pra procurar vai ver que existem dezenas de grupos de ativistas que se manifestam tirando a roupa pra defender sua causa, já vi de tudo na internet, feministas, deficientes, ciclistas... e por ai vai, e todos em locais publicos, onde com certeza são vistos por crianças, se é contra um por ser uma causa que não apoia, é meio hipocrita ser a favor dos outros (não estou dizendo que tu é)
2 - "Se você já desconfia nos primeiros momentos que uma pessoa é gay, ele está transformando seu fetiche sexual numa identidade, e pra mim isso é o errado."
Estudos cientificos comprovam que isso não tem nada a ver com fetiche, e sim com definição de gênero, que a pessoa é assim por que nasce assim, não é algo do tipo apartir de hoje sou gay e pronto, não é algo que ocorre durante a gestação, na formação do cérebro do bebe.
3 - "Imagina se todo mundo saisse fazendo isso com seus fetiches por aí, e ainda saisse pedindo direitos em cima deles, zoófilos querendo "direitos" de se casar com seus animais e qualquer outra coisa medonha que venha disso."
Zoofilia é considerada pela psicologia como uma parafilia, já a homossexualidade não já faz um bom tempo. Parafilia é o desexo sexual distorcido, como a vontade de fazer ato sexual com um animal como tu citou, ou coisas como ter prazer for algo que não é o sexo, como por exemplo o sadismo ou o masoquismo, prazer em receber ou proporcionar dor.
4 - "Não é nada diferente do que os gays estão fazendo."
Se for ver por essa lógica o sexo oral (que já foi parafilia) é tão errado quanto o sexo homossexual, pois os dois não utilizam os "buracos" corretos pra uma relação sexual com fins de procriação.
1 - "Por exemplo, casos de gays andando pelados em cidade pra "protestar" mesmo na frente de crianças, ou querendo "direitos" de entrar no banheiro feminino..."
Se for parar pra procurar vai ver que existem dezenas de grupos de ativistas que se manifestam tirando a roupa pra defender sua causa, já vi de tudo na internet, feministas, deficientes, ciclistas... e por ai vai, e todos em locais publicos, onde com certeza são vistos por crianças, se é contra um por ser uma causa que não apoia, é meio hipocrita ser a favor dos outros (não estou dizendo que tu é)
2 - "Se você já desconfia nos primeiros momentos que uma pessoa é gay, ele está transformando seu fetiche sexual numa identidade, e pra mim isso é o errado."
Estudos cientificos comprovam que isso não tem nada a ver com fetiche, e sim com definição de gênero, que a pessoa é assim por que nasce assim, não é algo do tipo apartir de hoje sou gay e pronto, não é algo que ocorre durante a gestação, na formação do cérebro do bebe.
3 - "Imagina se todo mundo saisse fazendo isso com seus fetiches por aí, e ainda saisse pedindo direitos em cima deles, zoófilos querendo "direitos" de se casar com seus animais e qualquer outra coisa medonha que venha disso."
Zoofilia é considerada pela psicologia como uma parafilia, já a homossexualidade não já faz um bom tempo. Parafilia é o desexo sexual distorcido, como a vontade de fazer ato sexual com um animal como tu citou, ou coisas como ter prazer for algo que não é o sexo, como por exemplo o sadismo ou o masoquismo, prazer em receber ou proporcionar dor.
4 - "Não é nada diferente do que os gays estão fazendo."
Se for ver por essa lógica o sexo oral (que já foi parafilia) é tão errado quanto o sexo homossexual, pois os dois não utilizam os "buracos" corretos pra uma relação sexual com fins de procriação.
- JujucristineMédio
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Re: Casamento gay
27/1/2014, 13:19
Eu conheço muito bem esses grupos. Eu sei muito bem o que é a Marcha das Vadias, protesto da FEMENS e afins. E dois errados não fazem um certo. Eu também não aprovo as mulheres saírem andando pelada por aí “porque somos oprimidas”. Mesmo que alguém estivesse protestando para algo que eu apoio, isso não é uma boa maneira de protestar, se quer chamar atenção, chame com algo criativo e inteligente, não um mero choque cultural pelo choque cultural. E o que me incomoda mais não é nem a nudez em si, mas o fato de que muitas vezes esses grupos não estão NEM AÍ pra exposição de crianças e adoslecentes. Já vi protestos de grupos naturistas e eles quase sempre fazem todo um processo com a policia e a prefeitura pra avisar o que vão fazer e em que perimetro, dias antes, justamente pra não ocorrer esses problemas. Muitos protestos gays e feministas no entanto ocorrem de maneira expontânea por grupos locais que decidiram dentro do seu pequeno círculo fazer um protesto e fazem, pronto. Isso é uma imaturidade da comunidade gay em si.Agá escreveu:Vamos por partes:
1 - "Por exemplo, casos de gays andando pelados em cidade pra "protestar" mesmo na frente de crianças, ou querendo "direitos" de entrar no banheiro feminino..."
Se for parar pra procurar vai ver que existem dezenas de grupos de ativistas que se manifestam tirando a roupa pra defender sua causa, já vi de tudo na internet, feministas, deficientes, ciclistas... e por ai vai, e todos em locais publicos, onde com certeza são vistos por crianças, se é contra um por ser uma causa que não apoia, é meio hipocrita ser a favor dos outros (não estou dizendo que tu é)
- Spoiler:
A ciência também já provou que todos genes de cunho comportamental inferem uma tendência de comportamento, não uma fatalidade. Não é porque você nasceu com um “cérebro gay” que você vai fatalmente ser gay ou vice-versa. Determinismo genético já morreu a muito tempo, se não tivesse, feministas não existiam.2 - "Se você já desconfia nos primeiros momentos que uma pessoa é gay, ele está transformando seu fetiche sexual numa identidade, e pra mim isso é o errado."
Estudos cientificos comprovam que isso não tem nada a ver com fetiche, e sim com definição de gênero, que a pessoa é assim por que nasce assim, não é algo do tipo apartir de hoje sou gay e pronto, não é algo que ocorre durante a gestação, na formação do cérebro do bebe.
E comparo com fetiche simplesmente por ser em última instancia uma preferência sexual. As escolhas da sua vida não devem mudar pelo que você decide fazer na cama. O que você faz na cama, você faz na cama e suas consequencias não vão muito além disso para que possa ser definido como um pilar da identidade como uma religião ou código de valores. Sexo é somente um entre milhares dos aspectos da vida, e homossexualismo é só um entre milhares dos aspectos do sexo.
Não é considerada mais parafilia porque Freud o definia como uma e também definia como uma doença mental, e quando o DSM decidiu remover a Homossexualidade da categoria de doença mental, seu aspecto parafilico foi junto por causa do estigma que havia se criado ao redor do tema. O conceito de parafilia é claro: “desejo sexual distorcido”. Distorcido do que? O que é uma distorção? Distorção é uma variação para além da norma. E aí vem o dilema de todo psicanalista: O que diabos é a norma? Como definir o normal num contexto cultural se a cultura é de natureza amorfa? Nesse caso no entanto é fácil, se estamos falando de uma norma biológica, estamos falando de uma norma evolutiva e genética, e a norma sexual dentro desses contextos é o puro e simples desejo heterosexual mutuao pela genitália do sexo oposto. Nada mais. Qualquer variação além disso é fatalmente uma parafilia. Incluindo o desejo por pessoas do mesmo sexo. Por isso comparo com fetiches.3 - "Imagina se todo mundo saisse fazendo isso com seus fetiches por aí, e ainda saisse pedindo direitos em cima deles, zoófilos querendo "direitos" de se casar com seus animais e qualquer outra coisa medonha que venha disso."
Zoofilia é considerada pela psicologia como uma parafilia, já a homossexualidade não já faz um bom tempo. Parafilia é o desexo sexual distorcido, como a vontade de fazer ato sexual com um animal como tu citou, ou coisas como ter prazer for algo que não é o sexo, como por exemplo o sadismo ou o masoquismo, prazer em receber ou proporcionar dor.
Sexo oral ainda é uma parafilia. Parafilia é o prazer sexual fora das atividades de acasalamento (Para = “Fora de” + Philia = “amor”), e atividades de acasalamento só podem ser definidas como acasalamento se há junção de gametas para procriação. Oral, anal, espanhola, tara por pés, ruivas, loiras etc, todo, simplesmente todo prazer sexual que não é o prazer sexual por pênis dentro de vagina é por definição parafilico.4 - "Não é nada diferente do que os gays estão fazendo."
Se for ver por essa lógica o sexo oral (que já foi parafilia) é tão errado quanto o sexo homossexual, pois os dois não utilizam os "buracos" corretos pra uma relação sexual com fins de procriação.
E eu por acaso estou dizendo que homossexualismo é completamente errado? Meu julgamento não é moral, é ético. Eles tão fazendo uma badernalha na sociedade com uma justificativa fraca. Já disse e repito, se alguém quiser ser gay, que seja. Só não tente fazer o mundo girar em torno desse umbigo. Se as pessoas agissem da mesma forma quanto a sexo oral ou o que for, seria tão tolo quanto.
- AgáEsforçado
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Re: Casamento gay
27/1/2014, 14:10
Jujucristine escreveu:A ciência também já provou que todos genes de cunho comportamental inferem uma tendência de comportamento, não uma fatalidade. Não é porque você nasceu com um “cérebro gay” que você vai fatalmente ser gay ou vice-versa. Determinismo genético já morreu a muito tempo, se não tivesse, feministas não existiam.
E comparo com fetiche simplesmente por ser em última instancia uma preferência sexual. As escolhas da sua vida não devem mudar pelo que você decide fazer na cama. O que você faz na cama, você faz na cama e suas consequencias não vão muito além disso para que possa ser definido como um pilar da identidade como uma religião ou código de valores. Sexo é somente um entre milhares dos aspectos da vida, e homossexualismo é só um entre milhares dos aspectos do sexo.
Recomendo então que leia os ultimos estudos sobre a influência do hipocampo sobre o comportamento sexual, elas são bem recentes, e as areas responsaveis por isso ainda nem tem nome, meu professor de bases biológicas nos trouxe esse estudo no final do semestre passado.
Jujucristine escreveu:Não é considerada mais parafilia porque Freud o definia como uma e também definia como uma doença mental, e quando o DSM decidiu remover a Homossexualidade da categoria de doença mental, seu aspecto parafilico foi junto por causa do estigma que havia se criado ao redor do tema. O conceito de parafilia é claro: “desejo sexual distorcido”. Distorcido do que? O que é uma distorção? Distorção é uma variação para além da norma. E aí vem o dilema de todo psicanalista: O que diabos é a norma? Como definir o normal num contexto cultural se a cultura é de natureza amorfa? Nesse caso no entanto é fácil, se estamos falando de uma norma biológica, estamos falando de uma norma evolutiva e genética, e a norma sexual dentro desses contextos é o puro e simples desejo heterosexual mutuao pela genitália do sexo oposto. Nada mais. Qualquer variação além disso é fatalmente uma parafilia. Incluindo o desejo por pessoas do mesmo sexo. Por isso comparo com fetiches.
Mesmo dentro de outras espécies animais, que não tem nada além de instinto existe o comportamento homossexual, e partindo do pensamento que usou usando uma norma evolutiva e genética, qualquer forma de sexo sem fim reprodutório, como por exemplo o sexo com camisinha é fora da norma, por que você está impedindo o curso natural das coisas.
Off-topic: Graças a Deus as definições de Freud não são mais tão corretas como eram, não nego o valor do conhecimento que ele gerou e entendo as limitações dele pelo pensamento vigente da época, mas considero ele um exemplo a não se seguir dentro da psicologia.
O que não comentei é por que entendo teu ponto e não vejo nada a adicionar.
- JujucristineMédio
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Re: Casamento gay
27/1/2014, 17:42
“Recentes”. Quando o magnetismo apareceu acreditava-se ser um poder mistico, o mesmo pra física quantica (e ainda hoje tem muita gente que pensa que a quantica é mistica) e o mesmo para o hipnotismo. Quando a genética apareceu também se deu muito mais poder a ela do que ela de fato tem. Erros passados constantes me forçam a ver esses estudos com muito ceticismo. E além disso, poucos comportamentos podem ser considerados inescapaveis frente a neuroplasticidade.Agá escreveu:
Recomendo então que leia os ultimos estudos sobre a influência do hipocampo sobre o comportamento sexual, elas são bem recentes, e as areas responsaveis por isso ainda nem tem nome, meu professor de bases biológicas nos trouxe esse estudo no final do semestre passado.
Eu acho que dizer que animais “não tem nada além de instinto” é ir um pouco longe de mais. Eles tem capacidades de fazer associações e dissassociações tão imprevisiveis como nós. Includindo associar qualquer tipo de orificio sendo penetrado como acasalamento. Se a existencia de um comportamento no mundo selvagem prova aquele comportamento como “normal”; pedofilia, estupro e incesto devem ser requestionados porque também ocorrem no mundo selvagem.Agá escreveu:Mesmo dentro de outras espécies animais, que não tem nada além de instinto existe o comportamento homossexual, e partindo do pensamento que usou usando uma norma evolutiva e genética, qualquer forma de sexo sem fim reprodutório, como por exemplo o sexo com camisinha é fora da norma, por que você está impedindo o curso natural das coisas.
E não entendi o ponto dos métodos contraceptivos. Ainda que seja considerado fora do normal por impedir o curso do acasalamento ele não é por essência um fetiche porque não é um prazer sexual e portanto não pode ser questionado como parafilia. Ele só poderia ser questionado como parafilia se houvesse uma catalização do prazer sexual percebido por um individuo sem aumento de estimulo direto enquanto esses métodos contraceptivos estão em vigor, mas isso falaria mais da personalidade do individuo com tal prazer do que as implicações de um método contraceptivo em si. Se um individuo usa um método contraceptivo e não sente nenhum prazer a mais por causa disso o método contraceptivo não pode ser parafilico por não ser prazer algum. A parafilia se define por um prazer sexual fora de circunstancias legitmamente sexuais. E eu identifico atos legitmamente sexuais como atos que invariavelmente possuem a capacidade de reprodução por propósito e não por casualidade. A vagina evoluiu para receber o penis, e o penis evoluiu para entrar na vagina. Mesmo que haja esterilização em algum meio nessa relação, o propósito desses objetos continua o mesmo, só falham nos seus propósitos.
Pessoalmente, não consigo culpar ele quando vejo quase todo psicólogo moderno caindo no mesmo buraco que ele caiu. Se deixando levar por aquilo que é considerado normal no meio em que vivem como verdadeiro, para todo o tempo e todo lugar, e passam a criar principios universais em cima da bases mutáveis da cultura.Off-topic: Graças a Deus as definições de Freud não são mais tão corretas como eram, não nego o valor do conhecimento que ele gerou e entendo as limitações dele pelo pensamento vigente da época, mas considero ele um exemplo a não se seguir dentro da psicologia.
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Re: Casamento gay
27/1/2014, 18:17
Jujucristine escreveu:“Recentes”. Quando o magnetismo apareceu acreditava-se ser um poder mistico, o mesmo pra física quantica (e ainda hoje tem muita gente que pensa que a quantica é mistica) e o mesmo para o hipnotismo. Quando a genética apareceu também se deu muito mais poder a ela do que ela de fato tem. Erros passados constantes me forçam a ver esses estudos com muito ceticismo. E além disso, poucos comportamentos podem ser considerados inescapaveis frente a neuroplasticidade.
Se o teu ceticismo te permitir a leitura dos estudos, pra depois tirar as tuas próprias conclusões em vez de simplesmente evitar informações que podem abalar tuas crenças atuais, não vejo mal algum em ser cética.
Jujucristine escreveu:Eu acho que dizer que animais “não tem nada além de instinto” é ir um pouco longe de mais. Eles tem capacidades de fazer associações e dissassociações tão imprevisiveis como nós. Includindo associar qualquer tipo de orificio sendo penetrado como acasalamento. Se a existencia de um comportamento no mundo selvagem prova aquele comportamento como “normal”; pedofilia, estupro e incesto devem ser requestionados porque também ocorrem no mundo selvagem.
Não vou negar que depois de ter escrito nada alem de instinto me arrependi um pouco. Nesse ponto não tem o que dizer, meu argumento foi meio estupido mesmo, se conseguir construi-lo melhor, posto novamente =)
Jujucristine escreveu:E não entendi o ponto dos métodos contraceptivos. Ainda que seja considerado fora do normal por impedir o curso do acasalamento ele não é por essência um fetiche porque não é um prazer sexual e portanto não pode ser questionado como parafilia.
Aqui tudo foi construido em cima de um erro de interpretação, quando falei sobre o uso da camisinha, me referia ao fato de ter falado que o homossexualismo não se encaixa dentro do conceito de normal seguindo a norma da genética e da evolução. Sem nenhuma relação com o fato de ser ou não uma parafilia.
O que quis dizer é que toda relação sexual sem fim reprodutiva, seguindo essa norma é errada, seja ela heterossexual ou homossexual.
- JujucristineMédio
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Re: Casamento gay
27/1/2014, 18:32
O estudo em particular que você está citando eu não conheço e não li, mas já vi outros estudos não tão recentes sobre essa mesma área do cérebro com conclusões parecidas. Pra mim, depois de ver um idoso com ambliopia desde a infancia se curar com puro efeito neuroplastico, nada no cérebro é absoluto pra mim mais.Agá escreveu:Se o teu ceticismo te permitir a leitura dos estudos, pra depois tirar as tuas próprias conclusões em vez de simplesmente evitar informações que podem abalar tuas crenças atuais, não vejo mal algum em ser cética.
Aqui tudo foi construido em cima de um erro de interpretação, quando falei sobre o uso da camisinha, me referia ao fato de ter falado que o homossexualismo não se encaixa dentro do conceito de normal seguindo a norma da genética e da evolução. Sem nenhuma relação com o fato de ser ou não uma parafilia.
O que quis dizer é que toda relação sexual sem fim reprodutiva, seguindo essa norma é errada, seja ela heterossexual ou homossexual.
Hum... Agora entendi. Pra mim não é uma questão de certo ou errado, mas só de identificar a norma, o geral, para saber que é padrão e o que exceção. Mas confesso que isso tudo é bem confuso mesmo.
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Re: Casamento gay
12/2/2014, 17:20
Tá, eu tentei me controlar pra não postar nada, afinal não quero que achem que pretendo ~impor~ ou ~forçar~ minha opinião guela abaixo. Mas, como somos todos civilizados, sabemos que uma discussão é pra mostrar diversos pontos de vista e não pra lavagens cerebrais, né?
Primeiro, que esse vídeo é de uma ironia escancarada é visível, não? Ao menos pra mim foi meio óbvio, mas enfim..
Agora vamos por partes...eu li algumas coisas meio por cima, pq ficaram técnicas demais pra mim, que não entendo um pingo de psicologia e afins...mas, advogada que sou, me permitirei advogar em causa própria Sim, própria. Sou gay. E sim, pretendo um dia casar.
Eu não vejo o porque a "proibição" (bêjo STF, seu lindo :*) do casamento em cartório. Se não tiver o casamento/união estável juridicamente provado, algumas injustiças aconteceriam.
Imagina um casal de gays (não daqueles que saem escancarando que são gays pra todo mundo, se é esse um problema - falarei mais adiante sobre isso) que vivem juntos, têm uma vida juntos há 20, 30 anos. Um deles morre e como ficaria as coisas que construíram, compraram e batalharam juntos? Não ficaria. As coisas do morto iriam pra sua família e o parceiro não teria direito a nada (a menos que o morto tivesse deixado testamento, mas aí ele só poderia passar até 50% dos bens pro parceiro, por estipulação da lei). Agora imagina se o morto não tem família, sabe pra onde iria os outros 50%? Pro governo. É justo? Se fosse um casal hetero, e isso acontecesse com a mulher viúva..que não poderia sequer ter uma pensão pela morte do marido, alimentos pelos parentes do marido caso ela precisasse, se o marido ficasse doente, ela não poderia se ausentar do trabalho para ficar do seu lado...que absurdo né? Pois é.
Eu quero chegar no ponto de que sem o casamento oficial, ou a comprovação de uma união estável, por mais tempo que um passasse do lado do outro, no fim, ninguém teria direito a nada. A gente não pede muito, só uma assinaturazinha + 2 testemunhas pra que conquistamos nosso direito de ter, de fato, a nossa parte de todo um relacionamento um dia construído.
Em relação ao casamento em Igreja? Eu enxergo e entendo os dois lados. E acho que sou mais pelo lado de quem é contra, afinal, a Igreja é contra a prática homossexual, pra que tentar se casar numa instituição que abomina quem você é? É uma tentativa de dobrar um dogma que a tanto tempo foi construído e tem seus fiéis e padres e etc etc
Não concordo com a posição da Igreja, mas o dogma é dela e ela tem todo o direito de defendê-lo, desde que não saia queimando e violentando quem é contra.
O bom é que existem igrejas que aceitam homossexuais e minha mãe não precisará ficar tão triste por achar que não vai ver a filha casando de branco na igreja.
Agora, coisas que eu li aqui por cima e me deixaram meio..não sei
A Jujucristine falar que todos deveriam parar de lutar por seus causas e lutar por "direitos humanos". Concordo, não tem nem como discordar. Eu só acho contraditório alguém dizer isso, mas em outro post dizer "porque eles não são como os casais normais".
Bom, se não é normal, não tá dentro dos direitos humanos.
Então pra lutar por direitos humanos, antes de mais nada tem que luta pra ser visto como normal, não?
Eu só gostaria de entender o porque de ser anormal, então caso alguém queira responder (se é que alguém ainda tá lendo isso aqui), por favor, eu quero mesmo saber.
Em relação a gente querer impor pra sociedade nossa anormalidade, só pelo fato de querermos sair pra rua andando de mãos dadas, então eu posso dizer que vocês heteros, fazem isso comigo? E me sentir extremamente ofendida por tamanha imposição e falta de respeito de vocês? (e não argumentem com "mas ser hetero é normal, gay não" de novo, pls)
Não é questão de ser um "gay sério" ficar dentro do armário. É questão de defesa. Porque o que eu vejo aqui é um monte de pessoas dizendo pra mim que eu sou anormal, que eu não tenho direito a casar com a mulher que eu amo, que eu não tenho direito a adotar ou ter um filho. E, menos, eu nem tenho direito de sair na rua, andar de mão dada ou abraçar minha namorada numa praça, por medo de apanhar e de ouvir xingamentos.
E eu não to lutando pelo direito de agarrar ela no meio da rua, ou de obrigar todo mundo a ver eu enfiando a língua dentro da boca dela em público. Aliás, eu acho errado que qualquer casal faça isso.
Enfim, era isso.
PS: as coisas sobre economia/psicologia eu não comentei pq eu realmente não entendi. Mas, a quem tenha mais paciência, eu sempre estou disposta a aprender.
Primeiro, que esse vídeo é de uma ironia escancarada é visível, não? Ao menos pra mim foi meio óbvio, mas enfim..
Agora vamos por partes...eu li algumas coisas meio por cima, pq ficaram técnicas demais pra mim, que não entendo um pingo de psicologia e afins...mas, advogada que sou, me permitirei advogar em causa própria Sim, própria. Sou gay. E sim, pretendo um dia casar.
Eu não vejo o porque a "proibição" (bêjo STF, seu lindo :*) do casamento em cartório. Se não tiver o casamento/união estável juridicamente provado, algumas injustiças aconteceriam.
Imagina um casal de gays (não daqueles que saem escancarando que são gays pra todo mundo, se é esse um problema - falarei mais adiante sobre isso) que vivem juntos, têm uma vida juntos há 20, 30 anos. Um deles morre e como ficaria as coisas que construíram, compraram e batalharam juntos? Não ficaria. As coisas do morto iriam pra sua família e o parceiro não teria direito a nada (a menos que o morto tivesse deixado testamento, mas aí ele só poderia passar até 50% dos bens pro parceiro, por estipulação da lei). Agora imagina se o morto não tem família, sabe pra onde iria os outros 50%? Pro governo. É justo? Se fosse um casal hetero, e isso acontecesse com a mulher viúva..que não poderia sequer ter uma pensão pela morte do marido, alimentos pelos parentes do marido caso ela precisasse, se o marido ficasse doente, ela não poderia se ausentar do trabalho para ficar do seu lado...que absurdo né? Pois é.
Eu quero chegar no ponto de que sem o casamento oficial, ou a comprovação de uma união estável, por mais tempo que um passasse do lado do outro, no fim, ninguém teria direito a nada. A gente não pede muito, só uma assinaturazinha + 2 testemunhas pra que conquistamos nosso direito de ter, de fato, a nossa parte de todo um relacionamento um dia construído.
Em relação ao casamento em Igreja? Eu enxergo e entendo os dois lados. E acho que sou mais pelo lado de quem é contra, afinal, a Igreja é contra a prática homossexual, pra que tentar se casar numa instituição que abomina quem você é? É uma tentativa de dobrar um dogma que a tanto tempo foi construído e tem seus fiéis e padres e etc etc
Não concordo com a posição da Igreja, mas o dogma é dela e ela tem todo o direito de defendê-lo, desde que não saia queimando e violentando quem é contra.
O bom é que existem igrejas que aceitam homossexuais e minha mãe não precisará ficar tão triste por achar que não vai ver a filha casando de branco na igreja.
Agora, coisas que eu li aqui por cima e me deixaram meio..não sei
A Jujucristine falar que todos deveriam parar de lutar por seus causas e lutar por "direitos humanos". Concordo, não tem nem como discordar. Eu só acho contraditório alguém dizer isso, mas em outro post dizer "porque eles não são como os casais normais".
Bom, se não é normal, não tá dentro dos direitos humanos.
Então pra lutar por direitos humanos, antes de mais nada tem que luta pra ser visto como normal, não?
Eu só gostaria de entender o porque de ser anormal, então caso alguém queira responder (se é que alguém ainda tá lendo isso aqui), por favor, eu quero mesmo saber.
Em relação a gente querer impor pra sociedade nossa anormalidade, só pelo fato de querermos sair pra rua andando de mãos dadas, então eu posso dizer que vocês heteros, fazem isso comigo? E me sentir extremamente ofendida por tamanha imposição e falta de respeito de vocês? (e não argumentem com "mas ser hetero é normal, gay não" de novo, pls)
Não é questão de ser um "gay sério" ficar dentro do armário. É questão de defesa. Porque o que eu vejo aqui é um monte de pessoas dizendo pra mim que eu sou anormal, que eu não tenho direito a casar com a mulher que eu amo, que eu não tenho direito a adotar ou ter um filho. E, menos, eu nem tenho direito de sair na rua, andar de mão dada ou abraçar minha namorada numa praça, por medo de apanhar e de ouvir xingamentos.
E eu não to lutando pelo direito de agarrar ela no meio da rua, ou de obrigar todo mundo a ver eu enfiando a língua dentro da boca dela em público. Aliás, eu acho errado que qualquer casal faça isso.
Enfim, era isso.
PS: as coisas sobre economia/psicologia eu não comentei pq eu realmente não entendi. Mas, a quem tenha mais paciência, eu sempre estou disposta a aprender.
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Re: Casamento gay
14/2/2014, 00:18
Estou invertendo a ordem de resposta para organizar a complexidade dos assuntos, começando pelos mais simples até os mais complexos.
O que quero dizer com anormal é isso: anormal, nada mais. Fora da normalidade, minoria, fora do comum, uma variação para além da norma, desvio para além de uma tendência. De onde que um estado de anormalidade excluí automaticamente características humanas, e consequentemente, direitos humanos? Se fosse assim, um homem de cabelos compridos não teria direitos humanos porque ele é anormal, o que é uma maluquice.
Direitos humanos são, como o próprio nome diz, direitos comuns a todos os humanos, seja normal ou não. Porque você entendeu que na minha lógica a normalidade é um requisito para os direitos humanos? Isso é insano.
O que eu disse que me incomoda é quando eles transformam a sexualidade deles num ponto central da sua identidade e modificam todo o seu Eu baseado nessa preferência homossexual. Demonstrações públicas de afeto são só demonstrações públicas de afeto, elas não são a principio uma afirmação de identidade, elas são... demonstrações de afeto que estão ocorrendo num local público, demonstrações que pessoa X tem relação Z com pessoa Y, irrelevante de opções sexuais ou relacionamentos e não entra no ponto que reclamei porque isso não é uma afirmação de identidade.
Agora o assunto pesado... o direito de casar.
Primeiro. Tudo que vou falar aqui parte do meu conhecimento sobre Filosofia do Direito e estou portanto falando de sistemas legais puros e abstratos, fora de nacionalidades ou época ou qualquer outra variação culturalmente induzida em sistemas legais. É uma argumentação sobre a essência de uma substância legal, é uma argumentação mais filosófica e metafísica do que cultural e histórica.
Segundo, uma coisa que quero deixar bem claro aqui: Direito de casar legalmente não é um direito humano, tanto para heterossexuais quanto para homossexuais.
O que entendo por direito humano são direitos comuns a todos humanos a partir de sua natureza, e uma vez que artificios legais não fazem parte da fisiologia ou psicologia humana o direito de casar legalmente não pode ser um direito naturalmente humano pois o casamento legal não é intríseco da natureza humana por si, por isso não é direito humano tanto para heteros quanto para homos.
Terceiro. Um ponto que acho que também precisa ser clarificado por ser causa coumum de equívocos tanto para heteros quanto homos, que é compreender o casamento legal como uma validação social de afeto. Para muita gente o casamento legal tem o propósito de “tornar a relação oficial”, “ser reconhecido como um par amoroso dentro do mundo jurídico ou da sociedade”, e quando tal artificio legal é vetado por qualquer motivo logo as pessoas entendem que sociedade ou o mundo estão dizendo que as duas pessoas em questão não se amam, que o amor delas não é verdadeiro, que não é uma relação afetiva, amorosa e que eles não podem sentir amor um pelo outro, “pessoas que se amam se casam, logo, se eu não conseguir me casar não consigo afirmar o meu amor”. Isso é uma confusão muito comum e extremamente equivocada. O casamento legal nunca teve a função de reconhecer relações verdadeiramente afetivas, somente a suposição de tal idéia já gera um monte de problemas éticos quanto ao tópico do Estado invadindo a Vida Privada e por hipótese alguma o Estado tem o direito de validar relações afetivas. O casamento legal é somente um artíficio estatal e nada mais, ele não prova, desprova, garante ou veta a afetividade de um relacionamento.
Quarto e o mais importante. Isso vai ficar bem extenso e por causa de problemas que tive no tópico sobre Cotas peço gentilmente que leiam com bastante calma e atenção. Talvez isso seja até repetitivo para Claire, que é uma advogada, mas de qualquer forma é bom revisar essas coisas para termos certeza que estamos falando sobre a mesma coisa
Antes mesmo de se fazer um discurso sobre a essência de um casamento legal é muito importante se questionar sobre a essência de um sistema legal para então entender como a substância do casamento legal se encaixa dentro desse sistema.
Já que estamos falando de Direito de Casar vamos começar com isso, Direitos. Afinal, o que é um Direito? Qual a sua essência? Do que se faz um Direito e qual a sua Raison D'etre? A capacidade de tomar iniciativa em determinada ação? Não necessariamente, mesmo sem um sistema legal você ainda pode fazer o que bem entende tendo uma permissão legal ou não e só porque você tem capacidade de tomar uma ação isto ainda não lhe dá o Direito de tomar determinada ação. O que é um Direito então?
Em si mesmo um Direito não é nada. É uma substância incompleta e praticamente inexistente. E isto se deve porque um sistema legal não existe no mundo real, no mundo natural, a natureza em sí não possui sistemas legais. Existem substâncias naturais parecidas que dão o ar de ser uma substância legal, como o conceito de propriedade (por exemplo território) que existe em várias espécies e os conceitos de hierarquia, mas eles não são legitmamente legais à medida que são induzidos mais pelos aspecto psicológicos de cada espécie (e por isso a noção de propriedade de um leão é completamente diferente da noção de propriedade de uma hiena) do que um sistema de acordos e contratos formados conscientemente entre seus indíviduos. Portanto, quase todo o sistema legal humano é de carater artificial e apelativo, ele não é natural. Ele nasce justamente com o propósito de negar e controlar a natureza, uma vez que as leis do mundo natural são muito contraprodutivas para a sobrevivência humana, que só pode se dar em grupo, e é um sistema de leis artificiais baseado em acordos mútuos para garantir a produtividade e a sobrevivência de um grupo como um todo. E como artificie para garantir a sobrevivência da espécie, ele é uma lista pragmática de regras toda construída para regulamentar tendências humanas naturais, comportamentos que com certeza irão ocorrer, desde o desejo de possuir coisas ao desejo de tomar coisas de outrem. Ele molda-se a essa natureza humana e estabelece que comportamentos são produtivos ou contraprodutivos, que comportamentos são nocivos ou desejáveis. E essa lista de regras implica um amontoado de deveres que devem ser seguidos para que o sistema artificial funcione, seja esses deveres a favor ou contra comportamentos naturalmente humanos, se esses deveres não são seguidos o sistema artificial se quebra porque sem o acordo mútuo entre individuos ele não tem substância alguma. E o mesmo vale para os Direitos, uma peça elementar dentro de um sistema artificial destes.
Um Direito é isso, é um eufemismo para o dever que você impõe a terceiros. Um Direito só pode existir se terceiros lhe garantirem e permitirem esse Direito. Desprovido do dever que ele impõe a terceiros um Direito não é nada, não tem substância alguma. Sem a noção de deveres os Direitos simplesmente não existem, se tornam um paradoxo ilógico que simplesmente não conseguem ser (um dos primeiros aspectos metafísicos do sistema jurídico). Dizer que um Direito possui substância em si seria como dizer que todas as crianças tem Direito à Alimentação sem que ninguém tivesse a obrigação de alimentá-las ou dizer que todas as pessoas tem Direito a Integridade Corporal sem que ninguém tenha o dever de respeitar essa Integridade. Isto é válido para todos os Direitos e é a essência todo o sistema legal, por isso ele é definido como um acordo ou contrato mútuo, válido para todos os individuos de uma determinada sociedade.
O Direito a Casamento, no seu sentido amplo, se refere ao dever de todas as pessoas de respeitar as escolhas afetivas e monogâmicas de todos os indíviduos, sendo que este é um direito que deveria ser universal a todos as pessoas, um direito humano.
Agora, o Direito ao Casamento Legal é uma aberração jurídica que não faz o menor sentido dentro de um sistema legal. Tecnicamente, o Direito ao Casamento Legal se refere à idéia de que é dever do Estado reconhecer e regulamentar todas as uniões afetivas de uma sociedade, para que se possa manter a ordem e manter vias rápidas e já pré-moldadas para disputas legais que possam acontecer. O problema desse argumento é que ainda que ele reconheça uma das utilidades do regulamento civil ele desconhece a Raison D'etre do sistema legal e do casamento legal.
O Estado não regulamenta o Casamento por regulamentar ou facilitar disputas legais, mas seguindo o propósito de existência do próprio sistema legal, a produtividade e sobrevivência da espécie, ele vem a regulamentar não o carater afetivo de um relacionamento mas estabelecer todos os deveres implícitos do caracter reprodutivo e sexual de um matrimônio. Pois a reprodução é a única forma de garantir a sobrevivência da espécie e os regulamentos matrimoniais existem por este fim, o regulamento dos deveres do núcleo familiar de uma sociedade. Por isto o regulamento matrimonial está profundamento ligado à biologia humana em primeira instância, pois a biologia humana já implica uma série de deveres que tem valores diferentes para cada uma das partes envolvidas, os papéis sexuais. Por isto o casamento legal não vem a validar relações afetivas, da perspectiva legal o afeto sempre foi um atributo a parte que na maioria das vezes era irrelevante para a formação do contrato matrimonial, tudo que interessa é o aspecto reprodutivo porque é a única coisa que interessa ao sistema legal, pois garantir a sobrevivência da espécie é a Raison D'etre desse sistema.
Homens e mulheres tem biologias diferentes e por isso eles sempre tiveram direitos diferentes dentro do casamento legal, eles tem papeis sexuais diferentes. Por exemplo, a gravidez é um estado exclusivo das mulheres e um estado que implica uma série de cuidados e capacidades alteradas por parte do individuo, durante uma gravidez a mulher está inabilitada a fazer um monte de coisas. Homens por outro lado não podem ficar grávidos, não faz sentido aplicar as mesmas leis que aplicam às mulheres para eles, como contratualmente responsáveis pelo bem estar do sua conjugue, é dever do homem prover meios de estabilidade à sua conjugue durante a gravidez, pois ela está incapacitada de muitas formas. Assim como não só o conjugue mas todas as pessoas que possuem alguma responsabilidade para com a mulher, daí surgem as pensões, licensa e etc. Quando o homem falha com seus deveres de garantir o bem estar da sua conjugue em gestação muitas vezes o Estado toma como responsabilidade dele o bem estar dela pois a reprodução da espécie é de seu profundo interesse. O regulamento do núcleo familiar também está implícito uma vez que uma criança não tem responsabilidade sobre seu próprio ser, ela nunca pediu para nascer ou tomou tal decisão, da perspectiva dela sua existência é uma casualidade da qual ela não pode explicar, foram os atos do seu pai e da sua mãe, portanto decisão de responsabilidade deles, que vieram a causar a existência do seu Ser. Por isto os cuidados da criança sempre será em última instância de responsabilidade direta dos pais e não da própria criança.
Essa é a essência de um casamento legal e todos os seus aspectos advém primeiro dessa característica reprodutiva e o regulamento estatal do casamento está muito mais ligado a formação de nucleos familiares do que a formação de relações afetivas. Todos outros atributos do carater matrimonial se referem ao regulamento do nucleo familiar, como a posse de bens e representação social dentro dessa familia, sendo estes aspectos de caracter cultural e arbitrários, variando de sociedade para sociedade, mas o aspecto reprodutivo é imutável e universal, pois ele está profundamente ligado com o propósito do existência de todos os sistemas legais.
Sem esse caracter reprodutivo o casamento não tem sentido legal, ele simplesmente não tem causa alguma e é por isso que o casamento legal homossexual sempre foi inexistente em todas as grandes sociedades. Relações homossexuais já são inferteis pela sua própria natureza, o Estado não tem interesse reprodutivo nelas porque elas não podem contribuir substancialmente para a continuação da espécie. Um casamento heterossexual que é por alguma casualidade infértil ainda é de seu interesse primeiro porque ainda que sejam incapazes de reproduzir os papeis sexuais ainda estão bem definidos pela diferenciação de gêneros e segundo porque a infertilidade se deve a casualidade, que da mesma forma que ela apareceu casualmente, ela ainda pode desaparecer casualmente, ainda há alguma possibilidade de reprodução entre estes dois individuos, nas relações homossexuais a infertilidade já é definida a priori e não é uma casualidade a medida que eles são inférteis por propósito. Também não há forma precisa de estabelecer os papeis sexuais dentro de um contrato matrimonial homossexual, pois os dois sexos são identicos, quebrando todos os regulamentos implicitos do caracter de generos.
Mesmo contando com a possibilidade de um nucleo familiar adotivo, da criação de uma criança por um casal homossexual e que portanto é uma ação que pode contribuir para a sobrevivência da espécie, ainda não pode entrar na definição de casamento legal pois tanto a criança orfão quanto o próprio casal homossexual ainda são dependentes de relações heterossexuais para existir. A criança ainda possuí um progenitor homem, um pai, e ainda possue uma progenitor mulher, uma mãe. Não há como ser de outra forma, tanto para a criança quanto para os homossexuais. Por isto a familia adotiva sempre é de carater legal virtual para o Estado (de novo, o grau de afetação aqui é irrelevante para ele, usado somente como medida para garantir o bem estar da criança), pois a ligação reprodutiva direta ainda é inexistente nesse núcleo familiar. Mesmo familias adotivas heterossexuais ainda tem caracter virtual para com a criança, com muitos assuntos pendentes ainda a ser resolvidos com os pais reais da criança. Sem contar que, de novo, na familia adotiva homossexual os papeis sexuais não podem ser definidos com precisão causando toda uma confusão no casamento legal. A mera afirmação de que alguém vai tomar determinado papel é insubstancial pois é baseada numa vontade e comportamento que pode mudar a qualquer momento.
Se há de fato uma vontade grande de casamentos por parte da comunidade homossexual, e quer se resolver os problemas que você citou como divisão de bens e etc, uma reforma geral nas regulamentações das Uniões Civis faz muito mais sentido que a reforma do Casamento Legal. Os problemas legais que você citou são muitos de ordem arbitrária dentro de um sistema jurídico (depende dos valores culturais de cada sociedade e vai variar de uma para outra) por isso é muito mais prático e lógico estabelecer uniões civis pré-estabelecidas para os diferentes tipos de relações homossexuais do que quebrar o aspecto reprodutivo e sexual da formação de nucleos familiares humanos. A união homossexual é uma anormalidade à medida que ele não é capaz de seguir os propósitos reprodutivos da espécie e portanto não pode ser tratado somente com regras gerais porque ele não está dentro daquilo que é geral, daquilo que é comum, ele é uma exceção.
E é por isso que eu digo que o casamento homossexual legal é uma aberração jurídica. Agora, terminado todo o tópico da Filosofia de Direito, vou apontar mais alguns argumentos de carater histórico e cultural aqui.
Os sistemas legais de todo o ocidente são todos baseado no sistema greco-romano clássico. A Raison D'etre do sistema legal já é evidente desde lá, nos conceitos romanos de publice interest (interesse público) e utilitas publica (utilidade pública) e as várias leis gregas onde o Estado poderia interferir no casamento de terceiros, como nas Leis Espartanas de Lycurgus, quando esse casamento não era de interesse público. O regulamento matrimonial sempre foi de caracter utilitário para a sociedade, por isso o grau de afetação entre as partes envolvidas nunca foi de interesse do Estado. E sempre foi assim até mais ou menos o século XVII ou XVIII, quando o Iluminisno apareceu e tentou reformar toda a sociedade com base no conceito de razão. Nessa reforma cultural e ideológica o aspecto utilitarista do sistema legal foi sobrepujado por três novos conceitos: a Utilidade pública, a Virtude Moral e a Felicidade, e é a partir dessa adição sobre o propósito sistema legal que mais tarde vem a surgir o conceito do Estado de Bem-Estar Social, o nascimento do Positivismo Jurídico e a morte do Jusnaturalismo. A perspectiva dos pensadores iluministas é que a felicidade geral seria inalcançavel dentro da sociedade enquanto o estado fosse frio e imparcial, enquanto ele fosse meramento utilitário, e como humanos são criaturas fracas e faliveis a felicidade não poderia ser de responsabilidade só deles mesmos, cabendo ao Estado prover parte dela. A virtude moral se refere às noções da época das diferenças entre o homem civilizado e o homem primitivo.
Pessoalmente isso é um erro grave por parte dos iluministas, primeiro porque felicidade é um objeto subjetivo que não pode ser medido, somente reconhecido. E segundo porque ainda que o conceito de utilitarismo pareça em primeira instância frio e cruel, ele só é verdadeiramente frio e cruel quando é associado ao conceito de Prosperidade(como nas sociedades Socialistas por exemplo). O utilitarismo clássico por si mesmo só se refere ao regulamento mínimo por parte do Estado para manter a ordem dentro de uma comunidade, a prosperidade fica encarregada pelos valores culturais daquela sociedade e consequentemente a felicidade também. Isto porque os pensadores clássicos do Jusnaturalismo já haviam percebido que a felicidade de um individuo depende primariamente de seus próprios esforços e não da concessão de terceiros. Mesmo o Estado de Bem-Estar Social só consegue “dar” felicidade a uns por tirar de outros. A própria essência do Direito, o Direito como um dever incumbido a um terceiro, já implica que um grande número de Direitos, como concebido no Estado de Bem-Estar Social, vai imediatamente implicar um grande número de deveres, em suma, uma sociedade mais rígida para uns e mais livre e “feliz” somente a grupos que foram privelegiados com esses Direitos. Isso de forma alguma nos faz atingir a felicidade, todos os pensadores clássicos já determinaram que a felicidade geral advém da liberdade geral, e o excesso de deveres não pode contribuir para essa liberdade, principalmente se esses deveres forem direcionados a grupos específicos.
O casamento legal homossexual é possível no sistema legal como concebido dentro desses valores iluministas, mas não significa que ele esteja certo ou que é só uma mudança “minima” pela felicidade dos homossexuais. Ele ainda quebra o conceito de casamento como regulamento reprodutivo e pode causar mudanças sociais tremendas para todos os indivíduos, não só os homossexuais. O casamento é formado pelo aspecto reprodutivo, e esse aspecto imediatamente já implica num aspecto de gênero (homem e mulher) e aspecto de número (só pode se reproduzir quando há a união de dois gametas opostos. Dois gametas, duas pessoas.), se você eliminar o aspecto reprodutivo do casamento legal você automaticamente elimina a justificação do aspecto de gênero (o propósito dos grupos homossexuais) mas também elimina o aspecto de número porque já não é mais necessários dois gametas opostos mas somente uma relação de afeição, não necessariamente monogâmica, normalizando então todas as relações sexualmente afetivas, desde a poligamia ao incesto adulto consentido. Isso muda completamente o cenário dos núcleos familiares para toda a sociedade, não só para os homossexuais. E a familia é chamada de núcleo porque ela é uma das principais bases de uma sociedade, é por meio da familia que se formam individuos capazes de produzir bens para o mundo e é pela familia que se transcende a mortalidade humana dentro de uma sociedade. Se você alterar o núcleo familiar, você muda toda a sociedade.
As implicações de tal mudança no conceito de casamento legal são imensas, não é só duas testemunhas e mais uma festinha. Toda a estrutura legal teria de ser mudada porque mesmo os homossexuais não são um grupo tão homogêneo como os heterossexuais, existem vários tipos de grupos homossexuais completamente distintos e leis gerais não seriam efetivas neles todos, sem contar os outros grupos sexuais distintos que também poderiam ser normatizados com uma reforma destas como os poligâmicos, incestuosos e zoosexuais. Este tipo de reforma não é brincadeira. Frente anti-homossexual no casamento legal não é puro preconceito não, tem coisa muito séria envolvida nesse tópico.
Eu pessoalmente sou mais jusnaturalista do que positivista e acho que muito antes dos aspectos legais serem considerados nas propostas dos grupos homossexuais eles devem ser analisados primeiro por uma ordem filosófica e cultural (pois num modelo jusnaturalista isso é o que mais tem peso na prosperidade social). Como por exemplo a adoção por casais homossexuais, esse tópico tem problemas éticos tremendos a serem resolvidos antes de sequer passar por uma esfera jurídica (falando pessoalmente, como alguém que perdeu o pai desde o inicio da adolescência e é casada com um homem que perdeu a mãe aos 7 anos de idade, posso dizer que as figuras paternas e maternas legitmas podem fazer falta sim).
Acho sim que o preconceito deve acabar, mas isso só pode ocorrer dentro da Cultura e não dentro do mundo jurídico, se você tentar eliminar o preconceito com privilégios jurídicos você só vai fomentar o antagonismo entre os grupos sociais e só vai ter uma complacência de fachada entre esses grupos. O preconceito deve ser combatido exatamente como ele é, preconceito, idependente de grupos, de raças, de classes, de aparência, de sexualidade, de religião ou gostos e não por grupos específicos. Não se muda cultura por fazer um monte de exigências legais, se muda Cultura por mudar a Cultura. Passeatas, carreatas e protestos não podem mudar a Cultura sozinhos, sem uma mudança cultural genuína por trás deles (dos quais eles não conseguem causar) eles só fazem barulho mas não podem apontar nada, só geram caos sem base alguma pois a base cultural ainda não está lá.
Preconceitos existem contra qualquer tipo de caracteristica anormal dentro de uma sociedade, seja ela qual for, e não há razão do porque a sexualidade deve ganhar um posição especial frente às outras formas de preconceito. E o que me leva a minha reclamação da identidade e sua justificação de mecanismo de defesa. Existem vários outros grupos que sofrem preconceitos constantes, alguns de ordem até muito maior que os homossexuais, e isso não é motivo para eles transformarem esse caracteristica anomala no pilar da sua identidade em um mecânismo defesa. O motivo que alguns homossexuais transformam a sua sexualidade num pilar da sua identidade é na verdade de ordem psicológica que francamente não estou com muita paciência de discursar sobre agora, já escrevi demais nesse post, mas acredito que transformar a sexualidade num aspecto central da identidade acaba se tornando um comportamento até indecente, por incluir tantas caracteristicas sexuais em comportamentos públicos que não deveriam ter nada a ver com afetação ou sexo. É como andar com um homem que está te lembrando que ele tem um pênis o tempo todo, é simplesmente imaturo e indecente. É por isso que tenho reclamações dos vários homossexuais que fazem da sua homossexualidade um ponto tão importante da sua vida como se fosse uma religião ou todo um sistema de valores com o único propósito de existência. É uma questão ética.
E antes de termianr esse post devo lembrar que não tenho preconceito pessoal com homossexualismo (além das minhas próprias preferências sexuais, obviamente) e todo meu embate com os grupos homossexuais são discurssivos, não pessoais. É dificil me acusar de preconceito contra homossexuais quanto eu passei até 14 anos da minha vida pensando que era lésbica porque não conseguia me interessar por homens.
Acho que como você é advogada e homossexual, você tem uma perspectiva priveligada nesse assunto, essa discussão vai ser muito produtiva e interessante =)
Quê? Onde, na minha lógica, que segue a idéia de que se alguém tem uma característica anormal não está dentro dos direitos humanos?A Jujucristine falar que todos deveriam parar de lutar por seus causas e lutar por "direitos humanos". Concordo, não tem nem como discordar. Eu só acho contraditório alguém dizer isso, mas em outro post dizer "porque eles não são como os casais normais".
Bom, se não é normal, não tá dentro dos direitos humanos.
Então pra lutar por direitos humanos, antes de mais nada tem que luta pra ser visto como normal, não?
Eu só gostaria de entender o porque de ser anormal, então caso alguém queira responder (se é que alguém ainda tá lendo isso aqui), por favor, eu quero mesmo saber.
O que quero dizer com anormal é isso: anormal, nada mais. Fora da normalidade, minoria, fora do comum, uma variação para além da norma, desvio para além de uma tendência. De onde que um estado de anormalidade excluí automaticamente características humanas, e consequentemente, direitos humanos? Se fosse assim, um homem de cabelos compridos não teria direitos humanos porque ele é anormal, o que é uma maluquice.
Direitos humanos são, como o próprio nome diz, direitos comuns a todos os humanos, seja normal ou não. Porque você entendeu que na minha lógica a normalidade é um requisito para os direitos humanos? Isso é insano.
Beijos, mãos dadas e carícias são só demonstrações de afeto, e não vejo onde eu argumentei que gays são proibidos de fazer essas coisas. Eles têm todo direito legal de fazer isso, eles só não tem o direito de exigir que os heteressexuais não sintam repulsa, da mesma forma que heterossxuais não tem direito de exigir que os homossexuais não sintam repulsa, isso é uma questão pessoal e vai variar para cada um. Sentir repulsa também não dá o direito de agredir (tanto fisicamente como psicologicamente) baseado nessa repulsa, e isso vale para os dois lados.Em relação a gente querer impor pra sociedade nossa anormalidade, só pelo fato de querermos sair pra rua andando de mãos dadas, então eu posso dizer que vocês heteros, fazem isso comigo? E me sentir extremamente ofendida por tamanha imposição e falta de respeito de vocês? (e não argumentem com "mas ser hetero é normal, gay não" de novo, pls)
O que eu disse que me incomoda é quando eles transformam a sexualidade deles num ponto central da sua identidade e modificam todo o seu Eu baseado nessa preferência homossexual. Demonstrações públicas de afeto são só demonstrações públicas de afeto, elas não são a principio uma afirmação de identidade, elas são... demonstrações de afeto que estão ocorrendo num local público, demonstrações que pessoa X tem relação Z com pessoa Y, irrelevante de opções sexuais ou relacionamentos e não entra no ponto que reclamei porque isso não é uma afirmação de identidade.
Eu não vejo o porque a "proibição" (bêjo STF, seu lindo :*) do casamento em cartório. Se não tiver o casamento/união estável juridicamente provado, algumas injustiças aconteceriam.
Imagina um casal de gays (não daqueles que saem escancarando que são gays pra todo mundo, se é esse um problema - falarei mais adiante sobre isso) que vivem juntos, têm uma vida juntos há 20, 30 anos. Um deles morre e como ficaria as coisas que construíram, compraram e batalharam juntos? Não ficaria. As coisas do morto iriam pra sua família e o parceiro não teria direito a nada (a menos que o morto tivesse deixado testamento, mas aí ele só poderia passar até 50% dos bens pro parceiro, por estipulação da lei). Agora imagina se o morto não tem família, sabe pra onde iria os outros 50%? Pro governo. É justo? Se fosse um casal hetero, e isso acontecesse com a mulher viúva..que não poderia sequer ter uma pensão pela morte do marido, alimentos pelos parentes do marido caso ela precisasse, se o marido ficasse doente, ela não poderia se ausentar do trabalho para ficar do seu lado...que absurdo né? Pois é.
Eu quero chegar no ponto de que sem o casamento oficial, ou a comprovação de uma união estável, por mais tempo que um passasse do lado do outro, no fim, ninguém teria direito a nada. A gente não pede muito, só uma assinaturazinha + 2 testemunhas pra que conquistamos nosso direito de ter, de fato, a nossa parte de todo um relacionamento um dia construído. […]
Não é questão de ser um "gay sério" ficar dentro do armário. É questão de defesa. [...]
Agora o assunto pesado... o direito de casar.
Primeiro. Tudo que vou falar aqui parte do meu conhecimento sobre Filosofia do Direito e estou portanto falando de sistemas legais puros e abstratos, fora de nacionalidades ou época ou qualquer outra variação culturalmente induzida em sistemas legais. É uma argumentação sobre a essência de uma substância legal, é uma argumentação mais filosófica e metafísica do que cultural e histórica.
Segundo, uma coisa que quero deixar bem claro aqui: Direito de casar legalmente não é um direito humano, tanto para heterossexuais quanto para homossexuais.
O que entendo por direito humano são direitos comuns a todos humanos a partir de sua natureza, e uma vez que artificios legais não fazem parte da fisiologia ou psicologia humana o direito de casar legalmente não pode ser um direito naturalmente humano pois o casamento legal não é intríseco da natureza humana por si, por isso não é direito humano tanto para heteros quanto para homos.
Terceiro. Um ponto que acho que também precisa ser clarificado por ser causa coumum de equívocos tanto para heteros quanto homos, que é compreender o casamento legal como uma validação social de afeto. Para muita gente o casamento legal tem o propósito de “tornar a relação oficial”, “ser reconhecido como um par amoroso dentro do mundo jurídico ou da sociedade”, e quando tal artificio legal é vetado por qualquer motivo logo as pessoas entendem que sociedade ou o mundo estão dizendo que as duas pessoas em questão não se amam, que o amor delas não é verdadeiro, que não é uma relação afetiva, amorosa e que eles não podem sentir amor um pelo outro, “pessoas que se amam se casam, logo, se eu não conseguir me casar não consigo afirmar o meu amor”. Isso é uma confusão muito comum e extremamente equivocada. O casamento legal nunca teve a função de reconhecer relações verdadeiramente afetivas, somente a suposição de tal idéia já gera um monte de problemas éticos quanto ao tópico do Estado invadindo a Vida Privada e por hipótese alguma o Estado tem o direito de validar relações afetivas. O casamento legal é somente um artíficio estatal e nada mais, ele não prova, desprova, garante ou veta a afetividade de um relacionamento.
Quarto e o mais importante. Isso vai ficar bem extenso e por causa de problemas que tive no tópico sobre Cotas peço gentilmente que leiam com bastante calma e atenção. Talvez isso seja até repetitivo para Claire, que é uma advogada, mas de qualquer forma é bom revisar essas coisas para termos certeza que estamos falando sobre a mesma coisa
Antes mesmo de se fazer um discurso sobre a essência de um casamento legal é muito importante se questionar sobre a essência de um sistema legal para então entender como a substância do casamento legal se encaixa dentro desse sistema.
Já que estamos falando de Direito de Casar vamos começar com isso, Direitos. Afinal, o que é um Direito? Qual a sua essência? Do que se faz um Direito e qual a sua Raison D'etre? A capacidade de tomar iniciativa em determinada ação? Não necessariamente, mesmo sem um sistema legal você ainda pode fazer o que bem entende tendo uma permissão legal ou não e só porque você tem capacidade de tomar uma ação isto ainda não lhe dá o Direito de tomar determinada ação. O que é um Direito então?
Em si mesmo um Direito não é nada. É uma substância incompleta e praticamente inexistente. E isto se deve porque um sistema legal não existe no mundo real, no mundo natural, a natureza em sí não possui sistemas legais. Existem substâncias naturais parecidas que dão o ar de ser uma substância legal, como o conceito de propriedade (por exemplo território) que existe em várias espécies e os conceitos de hierarquia, mas eles não são legitmamente legais à medida que são induzidos mais pelos aspecto psicológicos de cada espécie (e por isso a noção de propriedade de um leão é completamente diferente da noção de propriedade de uma hiena) do que um sistema de acordos e contratos formados conscientemente entre seus indíviduos. Portanto, quase todo o sistema legal humano é de carater artificial e apelativo, ele não é natural. Ele nasce justamente com o propósito de negar e controlar a natureza, uma vez que as leis do mundo natural são muito contraprodutivas para a sobrevivência humana, que só pode se dar em grupo, e é um sistema de leis artificiais baseado em acordos mútuos para garantir a produtividade e a sobrevivência de um grupo como um todo. E como artificie para garantir a sobrevivência da espécie, ele é uma lista pragmática de regras toda construída para regulamentar tendências humanas naturais, comportamentos que com certeza irão ocorrer, desde o desejo de possuir coisas ao desejo de tomar coisas de outrem. Ele molda-se a essa natureza humana e estabelece que comportamentos são produtivos ou contraprodutivos, que comportamentos são nocivos ou desejáveis. E essa lista de regras implica um amontoado de deveres que devem ser seguidos para que o sistema artificial funcione, seja esses deveres a favor ou contra comportamentos naturalmente humanos, se esses deveres não são seguidos o sistema artificial se quebra porque sem o acordo mútuo entre individuos ele não tem substância alguma. E o mesmo vale para os Direitos, uma peça elementar dentro de um sistema artificial destes.
Um Direito é isso, é um eufemismo para o dever que você impõe a terceiros. Um Direito só pode existir se terceiros lhe garantirem e permitirem esse Direito. Desprovido do dever que ele impõe a terceiros um Direito não é nada, não tem substância alguma. Sem a noção de deveres os Direitos simplesmente não existem, se tornam um paradoxo ilógico que simplesmente não conseguem ser (um dos primeiros aspectos metafísicos do sistema jurídico). Dizer que um Direito possui substância em si seria como dizer que todas as crianças tem Direito à Alimentação sem que ninguém tivesse a obrigação de alimentá-las ou dizer que todas as pessoas tem Direito a Integridade Corporal sem que ninguém tenha o dever de respeitar essa Integridade. Isto é válido para todos os Direitos e é a essência todo o sistema legal, por isso ele é definido como um acordo ou contrato mútuo, válido para todos os individuos de uma determinada sociedade.
O Direito a Casamento, no seu sentido amplo, se refere ao dever de todas as pessoas de respeitar as escolhas afetivas e monogâmicas de todos os indíviduos, sendo que este é um direito que deveria ser universal a todos as pessoas, um direito humano.
Agora, o Direito ao Casamento Legal é uma aberração jurídica que não faz o menor sentido dentro de um sistema legal. Tecnicamente, o Direito ao Casamento Legal se refere à idéia de que é dever do Estado reconhecer e regulamentar todas as uniões afetivas de uma sociedade, para que se possa manter a ordem e manter vias rápidas e já pré-moldadas para disputas legais que possam acontecer. O problema desse argumento é que ainda que ele reconheça uma das utilidades do regulamento civil ele desconhece a Raison D'etre do sistema legal e do casamento legal.
O Estado não regulamenta o Casamento por regulamentar ou facilitar disputas legais, mas seguindo o propósito de existência do próprio sistema legal, a produtividade e sobrevivência da espécie, ele vem a regulamentar não o carater afetivo de um relacionamento mas estabelecer todos os deveres implícitos do caracter reprodutivo e sexual de um matrimônio. Pois a reprodução é a única forma de garantir a sobrevivência da espécie e os regulamentos matrimoniais existem por este fim, o regulamento dos deveres do núcleo familiar de uma sociedade. Por isto o regulamento matrimonial está profundamento ligado à biologia humana em primeira instância, pois a biologia humana já implica uma série de deveres que tem valores diferentes para cada uma das partes envolvidas, os papéis sexuais. Por isto o casamento legal não vem a validar relações afetivas, da perspectiva legal o afeto sempre foi um atributo a parte que na maioria das vezes era irrelevante para a formação do contrato matrimonial, tudo que interessa é o aspecto reprodutivo porque é a única coisa que interessa ao sistema legal, pois garantir a sobrevivência da espécie é a Raison D'etre desse sistema.
Homens e mulheres tem biologias diferentes e por isso eles sempre tiveram direitos diferentes dentro do casamento legal, eles tem papeis sexuais diferentes. Por exemplo, a gravidez é um estado exclusivo das mulheres e um estado que implica uma série de cuidados e capacidades alteradas por parte do individuo, durante uma gravidez a mulher está inabilitada a fazer um monte de coisas. Homens por outro lado não podem ficar grávidos, não faz sentido aplicar as mesmas leis que aplicam às mulheres para eles, como contratualmente responsáveis pelo bem estar do sua conjugue, é dever do homem prover meios de estabilidade à sua conjugue durante a gravidez, pois ela está incapacitada de muitas formas. Assim como não só o conjugue mas todas as pessoas que possuem alguma responsabilidade para com a mulher, daí surgem as pensões, licensa e etc. Quando o homem falha com seus deveres de garantir o bem estar da sua conjugue em gestação muitas vezes o Estado toma como responsabilidade dele o bem estar dela pois a reprodução da espécie é de seu profundo interesse. O regulamento do núcleo familiar também está implícito uma vez que uma criança não tem responsabilidade sobre seu próprio ser, ela nunca pediu para nascer ou tomou tal decisão, da perspectiva dela sua existência é uma casualidade da qual ela não pode explicar, foram os atos do seu pai e da sua mãe, portanto decisão de responsabilidade deles, que vieram a causar a existência do seu Ser. Por isto os cuidados da criança sempre será em última instância de responsabilidade direta dos pais e não da própria criança.
Essa é a essência de um casamento legal e todos os seus aspectos advém primeiro dessa característica reprodutiva e o regulamento estatal do casamento está muito mais ligado a formação de nucleos familiares do que a formação de relações afetivas. Todos outros atributos do carater matrimonial se referem ao regulamento do nucleo familiar, como a posse de bens e representação social dentro dessa familia, sendo estes aspectos de caracter cultural e arbitrários, variando de sociedade para sociedade, mas o aspecto reprodutivo é imutável e universal, pois ele está profundamente ligado com o propósito do existência de todos os sistemas legais.
Sem esse caracter reprodutivo o casamento não tem sentido legal, ele simplesmente não tem causa alguma e é por isso que o casamento legal homossexual sempre foi inexistente em todas as grandes sociedades. Relações homossexuais já são inferteis pela sua própria natureza, o Estado não tem interesse reprodutivo nelas porque elas não podem contribuir substancialmente para a continuação da espécie. Um casamento heterossexual que é por alguma casualidade infértil ainda é de seu interesse primeiro porque ainda que sejam incapazes de reproduzir os papeis sexuais ainda estão bem definidos pela diferenciação de gêneros e segundo porque a infertilidade se deve a casualidade, que da mesma forma que ela apareceu casualmente, ela ainda pode desaparecer casualmente, ainda há alguma possibilidade de reprodução entre estes dois individuos, nas relações homossexuais a infertilidade já é definida a priori e não é uma casualidade a medida que eles são inférteis por propósito. Também não há forma precisa de estabelecer os papeis sexuais dentro de um contrato matrimonial homossexual, pois os dois sexos são identicos, quebrando todos os regulamentos implicitos do caracter de generos.
Mesmo contando com a possibilidade de um nucleo familiar adotivo, da criação de uma criança por um casal homossexual e que portanto é uma ação que pode contribuir para a sobrevivência da espécie, ainda não pode entrar na definição de casamento legal pois tanto a criança orfão quanto o próprio casal homossexual ainda são dependentes de relações heterossexuais para existir. A criança ainda possuí um progenitor homem, um pai, e ainda possue uma progenitor mulher, uma mãe. Não há como ser de outra forma, tanto para a criança quanto para os homossexuais. Por isto a familia adotiva sempre é de carater legal virtual para o Estado (de novo, o grau de afetação aqui é irrelevante para ele, usado somente como medida para garantir o bem estar da criança), pois a ligação reprodutiva direta ainda é inexistente nesse núcleo familiar. Mesmo familias adotivas heterossexuais ainda tem caracter virtual para com a criança, com muitos assuntos pendentes ainda a ser resolvidos com os pais reais da criança. Sem contar que, de novo, na familia adotiva homossexual os papeis sexuais não podem ser definidos com precisão causando toda uma confusão no casamento legal. A mera afirmação de que alguém vai tomar determinado papel é insubstancial pois é baseada numa vontade e comportamento que pode mudar a qualquer momento.
Se há de fato uma vontade grande de casamentos por parte da comunidade homossexual, e quer se resolver os problemas que você citou como divisão de bens e etc, uma reforma geral nas regulamentações das Uniões Civis faz muito mais sentido que a reforma do Casamento Legal. Os problemas legais que você citou são muitos de ordem arbitrária dentro de um sistema jurídico (depende dos valores culturais de cada sociedade e vai variar de uma para outra) por isso é muito mais prático e lógico estabelecer uniões civis pré-estabelecidas para os diferentes tipos de relações homossexuais do que quebrar o aspecto reprodutivo e sexual da formação de nucleos familiares humanos. A união homossexual é uma anormalidade à medida que ele não é capaz de seguir os propósitos reprodutivos da espécie e portanto não pode ser tratado somente com regras gerais porque ele não está dentro daquilo que é geral, daquilo que é comum, ele é uma exceção.
E é por isso que eu digo que o casamento homossexual legal é uma aberração jurídica. Agora, terminado todo o tópico da Filosofia de Direito, vou apontar mais alguns argumentos de carater histórico e cultural aqui.
Os sistemas legais de todo o ocidente são todos baseado no sistema greco-romano clássico. A Raison D'etre do sistema legal já é evidente desde lá, nos conceitos romanos de publice interest (interesse público) e utilitas publica (utilidade pública) e as várias leis gregas onde o Estado poderia interferir no casamento de terceiros, como nas Leis Espartanas de Lycurgus, quando esse casamento não era de interesse público. O regulamento matrimonial sempre foi de caracter utilitário para a sociedade, por isso o grau de afetação entre as partes envolvidas nunca foi de interesse do Estado. E sempre foi assim até mais ou menos o século XVII ou XVIII, quando o Iluminisno apareceu e tentou reformar toda a sociedade com base no conceito de razão. Nessa reforma cultural e ideológica o aspecto utilitarista do sistema legal foi sobrepujado por três novos conceitos: a Utilidade pública, a Virtude Moral e a Felicidade, e é a partir dessa adição sobre o propósito sistema legal que mais tarde vem a surgir o conceito do Estado de Bem-Estar Social, o nascimento do Positivismo Jurídico e a morte do Jusnaturalismo. A perspectiva dos pensadores iluministas é que a felicidade geral seria inalcançavel dentro da sociedade enquanto o estado fosse frio e imparcial, enquanto ele fosse meramento utilitário, e como humanos são criaturas fracas e faliveis a felicidade não poderia ser de responsabilidade só deles mesmos, cabendo ao Estado prover parte dela. A virtude moral se refere às noções da época das diferenças entre o homem civilizado e o homem primitivo.
Pessoalmente isso é um erro grave por parte dos iluministas, primeiro porque felicidade é um objeto subjetivo que não pode ser medido, somente reconhecido. E segundo porque ainda que o conceito de utilitarismo pareça em primeira instância frio e cruel, ele só é verdadeiramente frio e cruel quando é associado ao conceito de Prosperidade(como nas sociedades Socialistas por exemplo). O utilitarismo clássico por si mesmo só se refere ao regulamento mínimo por parte do Estado para manter a ordem dentro de uma comunidade, a prosperidade fica encarregada pelos valores culturais daquela sociedade e consequentemente a felicidade também. Isto porque os pensadores clássicos do Jusnaturalismo já haviam percebido que a felicidade de um individuo depende primariamente de seus próprios esforços e não da concessão de terceiros. Mesmo o Estado de Bem-Estar Social só consegue “dar” felicidade a uns por tirar de outros. A própria essência do Direito, o Direito como um dever incumbido a um terceiro, já implica que um grande número de Direitos, como concebido no Estado de Bem-Estar Social, vai imediatamente implicar um grande número de deveres, em suma, uma sociedade mais rígida para uns e mais livre e “feliz” somente a grupos que foram privelegiados com esses Direitos. Isso de forma alguma nos faz atingir a felicidade, todos os pensadores clássicos já determinaram que a felicidade geral advém da liberdade geral, e o excesso de deveres não pode contribuir para essa liberdade, principalmente se esses deveres forem direcionados a grupos específicos.
O casamento legal homossexual é possível no sistema legal como concebido dentro desses valores iluministas, mas não significa que ele esteja certo ou que é só uma mudança “minima” pela felicidade dos homossexuais. Ele ainda quebra o conceito de casamento como regulamento reprodutivo e pode causar mudanças sociais tremendas para todos os indivíduos, não só os homossexuais. O casamento é formado pelo aspecto reprodutivo, e esse aspecto imediatamente já implica num aspecto de gênero (homem e mulher) e aspecto de número (só pode se reproduzir quando há a união de dois gametas opostos. Dois gametas, duas pessoas.), se você eliminar o aspecto reprodutivo do casamento legal você automaticamente elimina a justificação do aspecto de gênero (o propósito dos grupos homossexuais) mas também elimina o aspecto de número porque já não é mais necessários dois gametas opostos mas somente uma relação de afeição, não necessariamente monogâmica, normalizando então todas as relações sexualmente afetivas, desde a poligamia ao incesto adulto consentido. Isso muda completamente o cenário dos núcleos familiares para toda a sociedade, não só para os homossexuais. E a familia é chamada de núcleo porque ela é uma das principais bases de uma sociedade, é por meio da familia que se formam individuos capazes de produzir bens para o mundo e é pela familia que se transcende a mortalidade humana dentro de uma sociedade. Se você alterar o núcleo familiar, você muda toda a sociedade.
As implicações de tal mudança no conceito de casamento legal são imensas, não é só duas testemunhas e mais uma festinha. Toda a estrutura legal teria de ser mudada porque mesmo os homossexuais não são um grupo tão homogêneo como os heterossexuais, existem vários tipos de grupos homossexuais completamente distintos e leis gerais não seriam efetivas neles todos, sem contar os outros grupos sexuais distintos que também poderiam ser normatizados com uma reforma destas como os poligâmicos, incestuosos e zoosexuais. Este tipo de reforma não é brincadeira. Frente anti-homossexual no casamento legal não é puro preconceito não, tem coisa muito séria envolvida nesse tópico.
Eu pessoalmente sou mais jusnaturalista do que positivista e acho que muito antes dos aspectos legais serem considerados nas propostas dos grupos homossexuais eles devem ser analisados primeiro por uma ordem filosófica e cultural (pois num modelo jusnaturalista isso é o que mais tem peso na prosperidade social). Como por exemplo a adoção por casais homossexuais, esse tópico tem problemas éticos tremendos a serem resolvidos antes de sequer passar por uma esfera jurídica (falando pessoalmente, como alguém que perdeu o pai desde o inicio da adolescência e é casada com um homem que perdeu a mãe aos 7 anos de idade, posso dizer que as figuras paternas e maternas legitmas podem fazer falta sim).
Acho sim que o preconceito deve acabar, mas isso só pode ocorrer dentro da Cultura e não dentro do mundo jurídico, se você tentar eliminar o preconceito com privilégios jurídicos você só vai fomentar o antagonismo entre os grupos sociais e só vai ter uma complacência de fachada entre esses grupos. O preconceito deve ser combatido exatamente como ele é, preconceito, idependente de grupos, de raças, de classes, de aparência, de sexualidade, de religião ou gostos e não por grupos específicos. Não se muda cultura por fazer um monte de exigências legais, se muda Cultura por mudar a Cultura. Passeatas, carreatas e protestos não podem mudar a Cultura sozinhos, sem uma mudança cultural genuína por trás deles (dos quais eles não conseguem causar) eles só fazem barulho mas não podem apontar nada, só geram caos sem base alguma pois a base cultural ainda não está lá.
Preconceitos existem contra qualquer tipo de caracteristica anormal dentro de uma sociedade, seja ela qual for, e não há razão do porque a sexualidade deve ganhar um posição especial frente às outras formas de preconceito. E o que me leva a minha reclamação da identidade e sua justificação de mecanismo de defesa. Existem vários outros grupos que sofrem preconceitos constantes, alguns de ordem até muito maior que os homossexuais, e isso não é motivo para eles transformarem esse caracteristica anomala no pilar da sua identidade em um mecânismo defesa. O motivo que alguns homossexuais transformam a sua sexualidade num pilar da sua identidade é na verdade de ordem psicológica que francamente não estou com muita paciência de discursar sobre agora, já escrevi demais nesse post, mas acredito que transformar a sexualidade num aspecto central da identidade acaba se tornando um comportamento até indecente, por incluir tantas caracteristicas sexuais em comportamentos públicos que não deveriam ter nada a ver com afetação ou sexo. É como andar com um homem que está te lembrando que ele tem um pênis o tempo todo, é simplesmente imaturo e indecente. É por isso que tenho reclamações dos vários homossexuais que fazem da sua homossexualidade um ponto tão importante da sua vida como se fosse uma religião ou todo um sistema de valores com o único propósito de existência. É uma questão ética.
E antes de termianr esse post devo lembrar que não tenho preconceito pessoal com homossexualismo (além das minhas próprias preferências sexuais, obviamente) e todo meu embate com os grupos homossexuais são discurssivos, não pessoais. É dificil me acusar de preconceito contra homossexuais quanto eu passei até 14 anos da minha vida pensando que era lésbica porque não conseguia me interessar por homens.
Acho que como você é advogada e homossexual, você tem uma perspectiva priveligada nesse assunto, essa discussão vai ser muito produtiva e interessante =)
- LuIniciante
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Re: Casamento gay
14/2/2014, 13:02
"O que quero dizer com anormal é isso: anormal, nada mais. Fora da normalidade, minoria, fora do comum, uma variação para além da norma, desvio para além de uma tendência. De onde que um estado de anormalidade excluí automaticamente características humanas, e consequentemente, direitos humanos? Se fosse assim, um homem de cabelos compridos não teria direitos humanos porque ele é anormal, o que é uma maluquice."
O que é normal pra um pode não ser pro outro... Anormal é uma forma meio grotesca de chamar...
O termo mais apropriado seria anomalia, no caso:
Anomalia: em um sentido amplo, tudo aquilo que se desvia de um padrão de normalidade.
O que é normal pra um pode não ser pro outro... Anormal é uma forma meio grotesca de chamar...
O termo mais apropriado seria anomalia, no caso:
Anomalia: em um sentido amplo, tudo aquilo que se desvia de um padrão de normalidade.
- JujucristineMédio
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Re: Casamento gay
14/2/2014, 18:05
E qual a diferença? O sentido é o mesmo.
Algumas pessoas podem usar usso como insulto às vezes mas anormal não é insulto algum. Eu mesma posso dizer com todo orgulho que sou anormal, qual o problema?
Algumas pessoas podem usar usso como insulto às vezes mas anormal não é insulto algum. Eu mesma posso dizer com todo orgulho que sou anormal, qual o problema?
- shuntMédio
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Re: Casamento gay
16/2/2014, 22:15
_ Claire _ escreveu: Agora imagina se o morto não tem família, sabe pra onde iria os outros 50%? Pro governo. É justo?.
Só esse argumento já me convenceu a favor.
- LuIniciante
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Re: Casamento gay
17/2/2014, 21:03
- RitsukaPromissor
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Re: Casamento gay
19/3/2014, 07:14
Too long to read, dei uma leitura dinâmica no tópico. Overall gostei dos posts do Agá, por esclarecer a questão da diferença entre identidade de gênero e orientação sexual.
Me tira a energia isso de poderem achar, por exemplo, que homossexuais tem a cabeça do sexo oposto (efeminado, amasculinada), e que por tanto isso justifica sua atração sexual. Em termos de atração isso quer dizer nada, existem pessoas de todos os tipos dentro do espectro homossexual.
Agora, se a pessoa tem uma cabeça mais adequada ao do sexo oposto, então ela pode ter alguma variação no gênero, e pender pro lado "trans".
Digo trans pq não necessariamente a pessoa precisa ser transsexual, isso é, que a mente não fecha em nada com o corpo, e necessita de intervenções médicas, mas sim "trans" no sentido de já em nível psicológico e social não se enquadrar dentro das normas/papéis de gênero impostos dentro da sociedade.
Well... Não vou desviar o tópico e nem querer reviver ou botar a lenha na fogueira, mas é um assunto do meu interesse.
Eu acho que o casamento gay, isso é, casamento civil, é um direito imprescindível e inalienável. Ser homossexual (ou bissexual, ou o que for), não é meramente uma conduta sexual como talvez a Jujucristine tenha colocado no tópico. É uma característica que faz parte da pessoa, e que não necessariamente se trata de uma "opção" dela.
Se fosse uma opção, pq ser burro de escolher algo pra ser rechaçado socialmente, ter que viver no armário, e etc? Ninguém quer escolher o "pior" visto pela sociedade, e se tornar um estigma.
Ser gay/LGBT é uma das entre muitas características de uma pessoa, logo é algo subjetivo. Mesmo dentro da heterossexualidade vai ter coisas completamente subjetivas como, qual tipo de homem/mulher te atrai? Quais características físicas ou psicológicas te chamam atenção em alguém? Isso é pessoal, varia de pessoa pra pessoa.
Existem homens que gostam de mulheres, existem homens que gostam de homens, e existem homens que gostam de ambos. (Não vou repetir o mesmo em relação as mulheres, tá subentendido XD).
São seres humanos como qualquer outro, merecem respeito e não merecem serem humilhados, xingados, destratados por uma característica que possuem, e muito menos terem vergonha da pessoa que amam. Então fico triste quando vejo seres humanos sendo reduzidos a meros fetichistas ou doentes mentais. As I said, é uma característica intrínseca da pessoa da mesma forma que, por mais tosco que seja o meu exemplo, vc deva ter a sua preferência quando se trata de alguém que vc atraia, com a diferença que não se escolhe ser LGBT.
Imagine um mundo onde vc tem que ter vergonha de si mesmo, esconder isso, gostar de alguém, ter que esconder isso e nunca poder dar um abraço nessa pessoa, nem andar de mãos dadas, ter medo de sofrer violência ou perder seu emprego. Ser chamado de "gay" (como se isso fosse uma ofensa?), ou ouvir outras distorções como "bicha", "viado" e etc. Em casos extremos, as pessoas cometem suicídio.
Muitas pessoas falam em "ditadura gay" quando na verdade qualquer forma de amor deveria ser tratada com naturalidade. Se um casal hétero pode andar de mãos dadas na rua, ou trocar um beijo discreto, pq um casal LGBT não pode? O que tem de feio nisso?
Da mesma forma que eu não quero ver um casal hétero se comendo na rua, também não quero ver um casal gay se comendo na rua. Então antes de bombardearem as pessoas LGBT, lembrem que tem muito hétero fazendo putaria na rua e ninguém se importa, aparentemente. ^^"
Bom senso é o que importa, e direitos civis iguais a todos, sem uma distinção. No momento que vc restringe um direito a algo específico, então nem todos tem acesso a isso.
Não vou citar as questões jurídicas pq o pessoal já falou no tópico.
Não gosto que confundam casamento gay como uma exigência que se aplica dentro do ambiente religioso. É algo exclusivamente civil, e as religiões estão no pleno direito de se negarem a executar uniões homossexuais em suas igrejas e templos, which makes me wonder... Se eu sei que não me querem em um espaço, pq eu iria nele? Quando vejo pastores e etc making a fuss about, me dá vontade de responder pra TV/vídeo do youtube ou whatever "mas ninguém está pedindo pra casar na tua igreja!"... Aiai...
E quanto aos movimentos sociais, eu entendo. De certa forma, a forma como os manifestantes se expressam na rua também me incomoda, mas fazer o quê, o mundo está aí e é a forma como as pessoas se expressam. Eu também penso na questão das crianças e etc. Falta de bom-senso.
Mas nem por isso as causas sociais devem ser desvalorizadas e não ter nenhum tipo de luta por direitos iguais.
Edit: Citando Morrissey, todos somos humanos e temos as mesmas necessidades.
Me tira a energia isso de poderem achar, por exemplo, que homossexuais tem a cabeça do sexo oposto (efeminado, amasculinada), e que por tanto isso justifica sua atração sexual. Em termos de atração isso quer dizer nada, existem pessoas de todos os tipos dentro do espectro homossexual.
Agora, se a pessoa tem uma cabeça mais adequada ao do sexo oposto, então ela pode ter alguma variação no gênero, e pender pro lado "trans".
Digo trans pq não necessariamente a pessoa precisa ser transsexual, isso é, que a mente não fecha em nada com o corpo, e necessita de intervenções médicas, mas sim "trans" no sentido de já em nível psicológico e social não se enquadrar dentro das normas/papéis de gênero impostos dentro da sociedade.
Well... Não vou desviar o tópico e nem querer reviver ou botar a lenha na fogueira, mas é um assunto do meu interesse.
Eu acho que o casamento gay, isso é, casamento civil, é um direito imprescindível e inalienável. Ser homossexual (ou bissexual, ou o que for), não é meramente uma conduta sexual como talvez a Jujucristine tenha colocado no tópico. É uma característica que faz parte da pessoa, e que não necessariamente se trata de uma "opção" dela.
Se fosse uma opção, pq ser burro de escolher algo pra ser rechaçado socialmente, ter que viver no armário, e etc? Ninguém quer escolher o "pior" visto pela sociedade, e se tornar um estigma.
Ser gay/LGBT é uma das entre muitas características de uma pessoa, logo é algo subjetivo. Mesmo dentro da heterossexualidade vai ter coisas completamente subjetivas como, qual tipo de homem/mulher te atrai? Quais características físicas ou psicológicas te chamam atenção em alguém? Isso é pessoal, varia de pessoa pra pessoa.
Existem homens que gostam de mulheres, existem homens que gostam de homens, e existem homens que gostam de ambos. (Não vou repetir o mesmo em relação as mulheres, tá subentendido XD).
São seres humanos como qualquer outro, merecem respeito e não merecem serem humilhados, xingados, destratados por uma característica que possuem, e muito menos terem vergonha da pessoa que amam. Então fico triste quando vejo seres humanos sendo reduzidos a meros fetichistas ou doentes mentais. As I said, é uma característica intrínseca da pessoa da mesma forma que, por mais tosco que seja o meu exemplo, vc deva ter a sua preferência quando se trata de alguém que vc atraia, com a diferença que não se escolhe ser LGBT.
Imagine um mundo onde vc tem que ter vergonha de si mesmo, esconder isso, gostar de alguém, ter que esconder isso e nunca poder dar um abraço nessa pessoa, nem andar de mãos dadas, ter medo de sofrer violência ou perder seu emprego. Ser chamado de "gay" (como se isso fosse uma ofensa?), ou ouvir outras distorções como "bicha", "viado" e etc. Em casos extremos, as pessoas cometem suicídio.
Muitas pessoas falam em "ditadura gay" quando na verdade qualquer forma de amor deveria ser tratada com naturalidade. Se um casal hétero pode andar de mãos dadas na rua, ou trocar um beijo discreto, pq um casal LGBT não pode? O que tem de feio nisso?
Da mesma forma que eu não quero ver um casal hétero se comendo na rua, também não quero ver um casal gay se comendo na rua. Então antes de bombardearem as pessoas LGBT, lembrem que tem muito hétero fazendo putaria na rua e ninguém se importa, aparentemente. ^^"
Bom senso é o que importa, e direitos civis iguais a todos, sem uma distinção. No momento que vc restringe um direito a algo específico, então nem todos tem acesso a isso.
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Não gosto que confundam casamento gay como uma exigência que se aplica dentro do ambiente religioso. É algo exclusivamente civil, e as religiões estão no pleno direito de se negarem a executar uniões homossexuais em suas igrejas e templos, which makes me wonder... Se eu sei que não me querem em um espaço, pq eu iria nele? Quando vejo pastores e etc making a fuss about, me dá vontade de responder pra TV/vídeo do youtube ou whatever "mas ninguém está pedindo pra casar na tua igreja!"... Aiai...
E quanto aos movimentos sociais, eu entendo. De certa forma, a forma como os manifestantes se expressam na rua também me incomoda, mas fazer o quê, o mundo está aí e é a forma como as pessoas se expressam. Eu também penso na questão das crianças e etc. Falta de bom-senso.
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Edit: Citando Morrissey, todos somos humanos e temos as mesmas necessidades.
You shut your mouth
How can you say
I go about things the wrong way ?
I am Human and I need to be loved
Just like everybody else does
The Smiths - How Soon Is Now? ♪
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