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O efeito dos jogos violentos no nosso cérebro! Empty O efeito dos jogos violentos no nosso cérebro!

22/1/2014, 14:17
Qualquer pessoa - seja criança, jovem, adulto ou melhor idade - que tenha como hobby os jogos virtuais muito provavelmente já leu, ouviu ou até mesmo sofreu diversas acusações feitas tanto aos jogos quanto aos jogadores. Seja no churrasco da família, na sala de aula, no programa de televisão, algum "entendido no assunto", em alguma conversa, cita os males que os "joguinhos" que você tanto gosta podem te trazer. Tais acusações, muitas vezes, estão ligadas à violência de alguns desses jogos, e à possível influência que essa violência exerce sobre seus jogadores.

Os que já viveram além dos 20 e poucos anos, como eu, puderam ver como até mesmo o governo brasileiro, dotado de boa vontade e desejo de que os jovens brasileiros crescessem sadios, inteligentes e controlados, proibiu a venda de alguns jogos em território nacional, sob a alegação geral de que a violência contida nesses jogos era prejudicial aos jogadores. Isso não fez com que tais jogos não fossem jogados - muito pelo contrário, estamos falando de jogos como Counter Strike e Duke Nukem 3D. O segundo fez muito sucesso entre os jovens no início do século, enquanto que o primeiro dispensa apresentações.

A principal questão é: quais são os argumentos utilizados por essas pessoas e/ou entidades, para acusar, proibir ou até mesmo defender os jogos com conteúdo violento? Muito pouco conteúdo verdadeiramente científico era produzido quando esse assunto começou a aparecer, e resultados verdadeiramente conclusivos ainda são muito escassos. O pessoal do Kotaku fez uma bela matéria há alguns dias, que pode ser conferida aqui. Recomendo a leitura para quem quiser entender mais sobre essas pesquisas e quais foram os resultados delas.


Por outro lado, o ser humano já possui conteúdo bem estabelecido em diversas áreas do conhecimento, e que pode ser ligado de maneira indireta à questão, mas que fica à mercê do interlocutor, consequentemente podendo ser interpretado de muitas maneiras e, por sua vez, vem sendo utilizado como prova cabal para seu argumento. Por falta de conhecimento específico na área, utilizam (muitas vezes de maneira errada) por exemplo conhecimento de várias áreas da psicologia e psiquiatria, além de senso comum e até mesmo religião para sustentar suas teorias. E é aí que, para mim, existe o erro. Enquanto não existirem provas concretas do que está sendo dito, não passa de opinião. Opinião todos nós podemos ter, mas devemos entender que é uma escolha que fazemos, a partir de nossos princípios, da maneira que vivemos e que aprendemos a ver o mundo.


Uma das coisas que me fez escolher a psicologia como profissão foi a ideia de que um psicólogo, como agente externo, tem a capacidade de ver uma situação e analisar as várias facetas dela, e chegar a uma hipótese a partir dessa análise. Algo como ver os dois lados da moeda. Para mim, talvez por sorte, isso é algo que sempre pensei desde criança. Munido disso, eu convivi e ainda convivo tanto com os jogos que eu sempre gostei, quanto com as diversas acusações que esses jogos sempre sofreram. Provavelmente por meu pai ter me criado de uma maneira mais democrática, evitando proibições e com muito diálogo, nós não tivemos problemas com jogos violentos em casa. Mas tem sempre aquela tia distante, cheia de certezas sobre o mundo, e que sempre que podia atacava o "mal do videogame". Isso fez com que eu questionasse, com a ajuda do meu pai, até que ponto isso é uma verdade, e não uma frustração ou não entendimento vindo dessas pessoas? Se os jogos são tão ruins assim para mim por serem violentos, o que falar dos filmes de Hollywood, por exemplo, que já estavam presentes quando esses mesmos críticos cresceram, e que também fizeram parte da juventude deles? E a violência retratada de segunda à sabado nas novelas, e que aquela tia vivia comentando com as vizinhas? Será que simples jogos são tão ruins assim para mim? E desde então, eu também já tinha a minha opinião. O curso de psicologia, por outro lado, me deu conhecimento para usar como suporte para essa opinião.


Para mim os jogos violentos são uma ótima ferramenta de catarse. É um ótimo lugar para extravasar as energias, agressividade, ansiedade e tudo mais. De fato somos influenciados pela violência nos jogos, mas deve ser lembrado que somos influenciados por tudo que fazemos, não só pela violência. O principal aí é como cada um de nós reage, como cada um vive suas experiências e como cada um lida com isso. Os videogames têm classificações etárias, e elas não são só de enfeite. Elas são uma tentativa de enquadrar o jogo na faixa etária que melhor consegue entender o conteúdo do jogo, sem que isso afete seu modo de ser, pensar e agir. Jogos como GTA V, por exemplo, retratam a violência de uma maneira extremamente gráfica e elaborada. Essa complexidade presente nos jogos, principalmente nos mais atuais, realmente exige uma maturidade do jogador para discernir tais situações. Não digo que, consequentemente, crianças têm dificuldade em diferenciar o jogo da realidade, mas sim que podem vivenciar algumas situações em jogos e, pela complexidade da situação, em conjunto com a falta de maturidade exigida por ela, interpretar de maneira errada essa situação. É aí que entra o bom senso dos pais e educadores. A questão não é proibir jogos violentos, principalmente porque os mesmos argumentos para os jogos podem ser usados para o cinema e a televisão, que vêm trazendo violência pra quem assiste desde que esses começaram a existir.


Por outro lado, existem sim pessoas que jogam videogames e cometem atos de violência, mas o pensamento não pode seguir a ordem inversa, onde um único estímulo ou um conjunto deles causa um transtorno. As pessoas que, de fato, apresentam esses problemas, não "ganharam" esses problemas de presente em um jogo violento. Muito pelo contrário, elas já têm um problema, e o videogame é só mais um estímulo dentre muitos outros que alimentavam, ou não, esse problema. Nesses casos, o jogo pode sim ser o estopim do transtorno ou da crise, mas qualquer outra coisa também pode. Literalmente qualquer outra coisa. Isso vai mudar de pessoa para pessoa. E se a solução for proibir a violência nos jogos porque algumas pessoas, já com seus transtornos, foram afetadas - por culpa desses transtornos, devemos proibir também qualquer outra coisa que possa afetar essas pessoas. Como eu disse, vai ter que proibir, literalmente, tudo. Proibir nunca é e nunca foi uma boa solução.


Última edição por diomehiro em 27/1/2014, 00:05, editado 1 vez(es)
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O efeito dos jogos violentos no nosso cérebro! Empty Re: O efeito dos jogos violentos no nosso cérebro!

22/1/2014, 14:57
Acho que o problema principal é a cultura da violência, em muitos videogames eles inserem violência sem as mutilações ou o sangue , então para algumas crianças deixa de ter a associação entre a violência e o sofrimento.

O mesmo passa para filmes de Hollywood onde a violência vira espetáculo.
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23/1/2014, 03:18
Eu jamais consideraria normal pessoas atirando granadas nas outras, constantes exércitos de inimigos sendo em média 2 ou 3 por setor ... e o chefe ser mais forte que os subordinados .. XD sem contar o largamento de itens, especialmente os de cura, que em alguns jogos são comida, então... pegar comida do chão e engolir inteira em 1 segundo pra ganhar energia.... não é normal! XDDDD
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O efeito dos jogos violentos no nosso cérebro! Empty Re: O efeito dos jogos violentos no nosso cérebro!

23/1/2014, 06:00
Não tem muito mais que adicionar, diomehiro já disse tudo praticamente. Ficam culpando video game por esses crimes quando na verdade pessoas que se deixam afetar por video games assim que já tem problemas e poderiam fazer isso com qualquer outra coisa também. É como querer proibir facas porque alguém matou outra pessoa com ela, se alguém fez isso ele teria feito com qualquer outra coisa também. Sair proibindo tudo só vai tirar coisas de quem não faz nada e não tem problemas com o que está sendo proibido.

(E na verdade até tem uma lei proibindo facas acimas de 10cm ou similar no brasil, mas parece que ninguém dá bola ou já foi "abandonada")
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23/1/2014, 09:29
Jungon escreveu:Eu jamais consideraria normal pessoas atirando granadas nas outras, constantes exércitos de inimigos sendo em média 2 ou 3 por setor ... e o chefe ser mais forte que os subordinados .. XD sem contar o largamento de itens, especialmente os de cura, que em alguns jogos são comida, então... pegar comida do chão e engolir inteira em 1 segundo pra ganhar energia.... não é normal! XDDDD

Pessoas atirando granadas nas outras = coquetel molotov nas manifestações.

Constantes exércitos de inimigos = briga de gangues urbanas.

Chefe ser mais forte que subordinados parece meio coisa de japonês mesmo, admito...

Largamento de itens é mais comum do que parece, depois vou contar as minhas crônicas sobre o assunto.

Já vi muita gente pegando comida na rua apesar de não ser normal. População de rua faz isso direto. Além disso existe gente que come o despacho da macumba achando que vai ser influenciada pelo sobrenatural.

 Viono!!! 
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23/1/2014, 10:47
Dependendo da idade da criança pode tirar um pouco a noção do real e do virtual, mas nada grave do tipo vou matar meio mundo com minha sub-metralhadora por que joguei Counter-Strike (único jogo de tiro que conheço =P).
Normalmente crianças que cometem atos violentos é por que chegaram no limite da pressão que podiam aguentar, e em alguns casos podem até usar como referencia algo que viram em um jogo, um filme, em um desenho, no espirito do exu caveirinha ou qualquer outro lugar, mas isso não é o causador, e sim um mediador da ação da criança.

Se bem que eu fico pensando, na minha infância o o jogo mais popular era o Super Mario Bros, e as tartarugas gigantes de galápagos estão quase extintas... fica a reflexão 8D
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23/1/2014, 11:03
Pelo que eu li de Antropologia a diferença principal é como, onde quando e em que contexto os jogos estão inseridos.

O que era um ritual nas civilizações indígenas como fumar, entre outros que eram praticados de vez em quando, nas civilizações ocidentais foi transformado em vício de consumo compulsivo.

Acho que uma prática semelhante está acontecendo com os jogos.
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24/1/2014, 01:04
shunt escreveu:Constantes exércitos de inimigos = briga de gangues urbanas.
Eu quis dizer constantes grupos pequenos e organizados de inimigos em setores específicos, como enfrentar o que, uns 5 zumbis em Resident Evil, e na próxima cena 2 cachorros, depois 2 aranhas, depois 3 hunters, depois 2 lickers, etc... +D em jogos pode dar lag ter mais do que 12 pessoas lutando ao mesmo tempo, pensando bem, mas >_>'''

Anyway, tem jogos que dá pra comparar bastante com a realidade mesmo, realmente.... +D
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24/1/2014, 01:28
Não é como se jogos tentassem imitar a realidade de qualquer forma (não a maioria pelo menos, pra isso existe o gênero simulador).
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24/1/2014, 02:38
Então por que o mais que se fala em jogos hoje em dia é Playstation 3, XBox 360, e como os gráficos ficam cada vez mais próximos da realidade? 8DD
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24/1/2014, 07:40
Reputação da mensagem: 100% (1 votos)
Porque se você levar em conta pessoas comuns, isso é grande parte do que elas se importam, e mesmo as empresas de jogos vão obviamente se aproveitar disso e mostrar como os gráficos são fodas e quão realista é o novo shooter genérico deles (muitas das pessoas que compram consoles as vezes nem se importam qual tá comprando, nem pesquisam e as vezes as maes até compram errado porque pra elas é tudo igual).

Gráficos são importantes, mas gráficos não fazem um jogo. Poucos jogos tem isso como um fator bem importante, em particular, denovo, simuladores. Em muitos outros, isso nem mesmo faz muita diferença porque ter gráficos realistas não é de nenhum interesse do jogo em questão, seja por ter o intuito de ser simples, cartoon, 2d ou porque o jogo tenta parecer com algo específico.

Se isso é tudo que você ouve falar sobre jogos, então não acho que você esteja olhando nos lugares certos pra isso.
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24/1/2014, 08:54
Jujucristine escreveu:Não é como se jogos tentassem imitar a realidade de qualquer forma (não a maioria pelo menos, pra isso existe o gênero simulador).

É verdade que a maioria dos jogos não imitam a realidade mas sem dúvida todos eles são a metáfora de alguma realidade que existe. A imaginação tem limitações, em algum grau os jogos acabam refletindo algum grau de interação social existente.

É uma representação da realidade que se for bem trabalhada pode ser tão boa quanto cinema, um livro ou outros gêneros narrativos.
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24/1/2014, 08:58
shunt escreveu:
Jujucristine escreveu:Não é como se jogos tentassem imitar a realidade de qualquer forma (não a maioria pelo menos, pra isso existe o gênero simulador).

É verdade que a maioria dos jogos não imitam a realidade mas sem dúvida todos eles são a metáfora de alguma realidade que existe. A imaginação tem limitações, em algum grau os jogos acabam refletindo algum grau de interação social existente.

É uma representação da realidade que se for bem trabalhada pode ser tão boa quanto cinema, um livro ou outros gêneros narrativos.
Metáfora sim, e de fato, mesmo o mundo mais absurdo tem que fazer algum sentido pra gente e isso acaba caindo em siilaridades, mas poucos jogos tem extremo realismo como objetivo principal, e quase todos eles entram num gênero específico pra isso, que é literalmente simular a realidade dentro do jogo. Ninguém sai por aí atirando fogo nos outros com mágica ou prendendo monstros gigantes nem qualquer coisa do tipo porque isso é simplesmente completamente irreal, é uma das trocentas coisas que só faz sentido no mundo do jogo e mais nada, sem intenção alguma de fazer sentido no nosso próprio mundo. No fim jogos são só um grupo de regras pro jogador seguir, essas regras serem "realistas" é só uma das formas de fazê-las, mas não representa os jogos de modo geral.
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