O Gaiato

14/9/2009, 23:31

O Gaiato

Alan, um garoto esperto sempre teve vontade de ir naqueles cassinos noturnos. Devido a sua idade ele não poderia entrar no maior cassino da região ao qual te fascinava, o Las Vegas. Mas o que mais te fascinava não era por causa do lugar, e sim as cartas de baralho, não há nenhum jogo que ele não sabe jogar, ainda mais porque soubesse truques de mágica. Apesar de ter aprendido a jogar muito cedo, passou por uma história triste, era explorado por seu tio no qual ajudava a trapacear sobre outros jogadores. Um orfão que já estava cansado de fazer tudo dentro de casa para seu tio, ainda mais porque quando perdia os jogos quem pagava as contas era o próprio Alan.

Decidido a fugir de casa, encontrou um circo onde aprenderia os truques de mágicas com um velho ilusionista, mas logo se arrependeria, viu que estava sendo explorado ainda mais, fez sua mala e decidiu encontrar um novo rumo para sua vida.

Precisando de dinheiro, bolou uma idéia ousada. Agora em frente do cassino, pensava, entrar para ganhar apostas em poker e arrecadar numa noite só uma grande bolada. Retirou uma roupa social ao qual tinha recebido do velho ilusionista, e vestiu-se. Um chapéu de mágico, uma peruca, um bigode de mentira, um óculos empoeirado e uma bengala. Estava vestido ao modo de enganar, a parecer com um velho da antiga burguesia.

Entrou sem problemas ao cassino. Durante a noite esteve a ganhar todas as apostas, até o momento aparecer um sujeito de terno todo branco, com um charuto na boca, um lenço vermelho em amostra no bolso do blazer. Não sabia ele, mas esse era o chefe de uma máfia bem respeitada da região. Alan de propósito se fez perder algumas partidas deixando assim mais interessante o jogo, até quando ele ofereceu tudo o que ganhara naquela noite. Para não ficar atrás moralmente, o mafioso se pôs apostar tudo também, para não passar feio em frente de seus subordinados. No ultimo instante o chefe abria um sorriso aos seus companheiros como se já tivesse ali a vitória garantida, e mostra sua jogada genial de um mafioso em cima da mesa.

O mafioso já cantava vitória, e tudo ao mesmo tempo ficou em silêncio... Um Royal Flush abriu os olhos de todos voltados a mesa. - Trapaceiro! Um grito alto ecoou, o chefe da máfia em fúria revirou aquela mesa. Agarraram Alan para procurar cartas escondidas, era só levantar os braços, espalhavam-se duzias de cartas caindo ao chão... Ao dar um sorriso sem graça, o bigode fica pendurado, todos se encontraram perplexos nessa cena. Um garoto! O mafioso começa a rir sozinho, via naquele garoto um grande futuro para a mafia que poderia lhe render muito dinheiro, o coitado naquela noite foi adotado ao bando obrigado.

Infelizmente o garoto sofria ali mais que o circo, era explorado ainda mais do que quando morava com seu tio, e logo pensou em fugir mais uma vez. Foi justamente em um porto de navios que viu uma brecha, os mafiosos iam reter mercadorias desviadas durante a noite, Alan saiu de fininho sem ninguém perceber, e subiu numa embarcação um pouco afastado dali, em silêncio num canto o cansaço bateu e se pôs a dormir.

Ao perceber acordou de manhã num susto sendo pego por um grande marujo, e gritava para soltar ele, foi sendo arrastado até parar numa cabine do navio. - Ei capitão, veja o que acabei de encontrar. O marujo encaminhou ao seu superior.

- Muito bom marujo, vejo que agora nós temos mais um marinheiro. Deu um sorriso e completou; Para começar a nossa jornada para a Índia, coloque ele para limpar todo o convés e depois descascar as batatas.

Zumer Fergues
O Gaiato Dgm02